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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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184 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

alguns intérpretes, o profeta se acusa e se reprova por sua enfermida<strong>de</strong><br />

mental e por não conseguir mais virilmente resistir à tentação. 12 É<br />

possível admitir esta explicação; pois o povo <strong>de</strong> Deus ordinariamente<br />

reunia coragem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passar um tempo hesitante sob o impulso<br />

da tentação. Entretanto, prefiro uma interpretação diferente, a saber:<br />

que esta era uma doença meramente temporária, e que por isso ele a<br />

compara indiretamente à morte; ainda quando se diz no Salmo 118.18:<br />

“O Senhor me castigou gravemente, porém não me entregou à morte.”<br />

Também: “Não morrerei, porém viverei.” Ele, pois, não tenho dúvida,<br />

se sente aliviado por nutrir a confiante persuasão <strong>de</strong> que, embora atualmente<br />

estivesse <strong>de</strong>primido, era só uma questão <strong>de</strong> tempo, e que,<br />

portanto, se dispõe a pacientemente suportar essa doença ou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>,<br />

visto que ela não era para morte. Os comentaristas tampouco estão<br />

concor<strong>de</strong>s quanto à exposição da segunda sentença. Os que conectam<br />

este versículo com os versículos prece<strong>de</strong>ntes, acreditam que o profeta<br />

fora a princípio reduzido a um estado tal <strong>de</strong> melancolia, que olhava<br />

para si mesmo como alguém completamente <strong>de</strong>struído; e que <strong>de</strong>pois<br />

ele ergueu sua cabeça resolutamente, à semelhança daqueles que<br />

pensam achar-se lançados nas profun<strong>de</strong>zas <strong>de</strong> um naufrágio, e que,<br />

repentinamente, se erguem acima das águas. Além disso, crêem que<br />

isso <strong>de</strong>ve ser entendido como uma palavra <strong>de</strong> encorajamento dirigida<br />

por alguém ao profeta, <strong>de</strong>sejando que ele rememore os anos nos quais<br />

teve a experiência <strong>de</strong> que Deus era misericordioso para consigo. Será,<br />

porém, mais apropriado entendê-lo assim: Não tens razão <strong>de</strong> pensar<br />

<strong>de</strong> minha estrutura física, e por isso as mudanças pelas quais a mão <strong>de</strong> Deus me afetou são vistas<br />

por mim em cores mais escuras, e estou pronto a renunciar a própria esperança <strong>de</strong> que ainda verei<br />

sua bonda<strong>de</strong> como fazia comigo outrora.”<br />

12 Segundo este ponto <strong>de</strong> vista, ele se refere ao que dissera nos versículos 7 a 9, nos quais pareceu<br />

chegar à conclusão <strong>de</strong> que jamais haveria um fim para suas aflições atuais, como se o <strong>de</strong>creto<br />

estivesse em andamento e Deus pronunciasse uma sentença final e irreversível. Aqui, porém, ele<br />

se refreia e se corrige por haver dado vazão a tal linguagem, e recorda <strong>de</strong> seus pensamentos <strong>de</strong><br />

respeito a Deus <strong>de</strong> forma mais justa e sentimentos mais estimulantes. Reconhece seu pecado em<br />

questionar ou ce<strong>de</strong>r ao sentimento <strong>de</strong> suspeita em referência ao amor divino e à veracida<strong>de</strong> das<br />

promessas divinas; e confessa que isso fluiu da corrupção <strong>de</strong> sua natureza e da fraqueza <strong>de</strong> sua<br />

fé; que ele havia falado temerária e apressadamente; e que se envergonhava e sentia seu rosto em<br />

confusão, por isso agora <strong>de</strong>sistira e não mais iria avante.

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