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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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434 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

saber: que sua ira se inflamara contra eles. A conclusão óbvia é que<br />

todas as aflições que suportamos proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> nossos próprios pecados;<br />

sendo elas o azorrague do Deus ofendido.<br />

47. Lembra-te <strong>de</strong> quão breve é meu tempo. Depois <strong>de</strong> ter confessado<br />

que as severas e <strong>de</strong>ploráveis aflições que sobrevieram à Igreja<br />

tinham <strong>de</strong> ser conectadas a seus próprios pecados como a causa que<br />

as provocara, o profeta, para mais eficazmente mover a Deus à comiseração,<br />

põe diante <strong>de</strong>le a brevida<strong>de</strong> da vida humana, durante a qual,<br />

se não tivermos nenhum sabor da bonda<strong>de</strong> divina, parecerá que fomos<br />

criados sem nenhum propósito. Para enten<strong>de</strong>rmos a passagem<br />

<strong>de</strong> uma forma mais clara, será melhor começar com a consi<strong>de</strong>ração do<br />

último membro do versículo: Por que terias criado <strong>de</strong>bal<strong>de</strong> os filhos<br />

dos homens? Os fiéis, ao formularem esta pergunta, avançavam para<br />

o primeiro princípio estabelecido, a saber: que Deus criou os homens<br />

e os pôs no mundo com o fim <strong>de</strong> revelar-se como seu Pai. E, <strong>de</strong>veras,<br />

como sua bonda<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong> até mesmo ao gado e animais inferiores<br />

<strong>de</strong> todo gênero, 39 nem por um momento se po<strong>de</strong> presumir que nós,<br />

que mantemos uma categoria na escala da existência superior à criação<br />

bruta, seríamos totalmente privados <strong>de</strong>la. Na suposição oposta,<br />

seria melhor que jamais tivéssemos nascidos do que enfrentar o <strong>de</strong>svanecimento<br />

por angústia contínua. Além do mais, torna-se patente a<br />

brevida<strong>de</strong> do curso <strong>de</strong> nossa vida; o qual é tão breve que, a não ser<br />

que Deus oportunamente se apresse em fazer-nos provar o sabor <strong>de</strong><br />

seus benefícios, per<strong>de</strong>r-se-ia a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer isso, visto que<br />

nossa vida passa tão rapidamente. A ênfase <strong>de</strong>ste versículo é agora<br />

bastante óbvia. Em primeiro lugar, ela é lançada como um princípio:<br />

que o fim para o qual os homens foram criados era que <strong>de</strong>sfrutassem<br />

a liberalida<strong>de</strong> divina no mundo atual; e à luz <strong>de</strong>ste fato conclui-se que<br />

nasceriam em vão, a menos que ele se manifeste na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pai<br />

<strong>de</strong>les. Em segundo lugar, como o curso <strong>de</strong>sta vida é por <strong>de</strong>mais breve,<br />

39 “Sur les asnes et chevaux, et autres bestes brutes.” – v.f. “Aos asnos e cavalos, bem como a<br />

outros animais brutos.”

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