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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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594 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 8-11]<br />

Meus inimigos me têm afrontado diariamente; e os que se enfurecem<br />

contra mim têm jurado contra mim. 11 Pois tenho comido cinzas como<br />

pão e misturado com lágrimas meu pranto [ou minhas lágrimas], por<br />

causa <strong>de</strong> tua indignação e tua ira; pois tu me levantaste e me arremessaste.<br />

Meus dias são como uma sombra que <strong>de</strong>clina; e como erva vou<br />

secando.<br />

8. Meus inimigos me têm afrontado. Os fiéis, com o fim <strong>de</strong><br />

incitar a compaixão divina em seu favor, lhe contam que são não<br />

apenas objetos do motejo <strong>de</strong> seus inimigos, mas também que têm<br />

sido por eles amaldiçoados. A indignida<strong>de</strong> protestada consiste em<br />

que os ímpios triunfavam tão vergonhosamente contra o povo eleito<br />

ao ponto <strong>de</strong> roubar <strong>de</strong> suas calamida<strong>de</strong>s a fórmula <strong>de</strong> juramento<br />

e imprecação. Equivalia consi<strong>de</strong>rar o <strong>de</strong>stino dos ju<strong>de</strong>us como um<br />

magistral padrão da linguagem <strong>de</strong> imprecação. Quando, pois, nos<br />

dias atuais os ímpios, <strong>de</strong> igual maneira, dão ré<strong>de</strong>as soltas <strong>de</strong>rramando<br />

contra nós linguagem insultante, aprendamos a fortificar-nos<br />

com essa armadura, por meio da qual seja vencido esse tipo <strong>de</strong><br />

tentação, por mais agudo que o mesmo seja. O Espírito Santo, ao<br />

ditar para os fiéis essa fórmula <strong>de</strong> oração, quis testificar que Deus<br />

se <strong>de</strong>ixa comover por tais insultos e socorre seu povo; mesmo porque<br />

encontramos <strong>de</strong>clarado em Isaías 37.23: “A quem afrontaste e<br />

blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste teus olhos ao<br />

com o fim <strong>de</strong> caçar sua presa, e do meio dos fragmentos <strong>de</strong> alguma lúgubre ruína atrai a atenção<br />

do ser humano para sua voz lamentosa. Conseqüentemente, tem se pensado que o salmista faz<br />

referência a alguma espécie da coruja, distinta por seu piado plangente e <strong>de</strong> disposição solitária.<br />

– Paxton’s Illustrations of Scripture, <strong>Vol</strong>. ii, pp. 355-357.<br />

11 Horsley traduz a sentença conclusiva assim:<br />

“E os libertinos fazem <strong>de</strong> mim seu padrão <strong>de</strong> execração.”<br />

“Houbigant”, diz ele, “corretamente observa que o verbo ub?n, governando seus objetos pelo<br />

prefixo b, significa jurar por, não jurar contra. Portanto, ele <strong>de</strong>ve substituir wub?n por outra palavra;<br />

a qual, contudo, não porta o mesmo sentido que ele preten<strong>de</strong> impor sobre ela. Secker tenta<br />

explicar o texto como está, mas, em minha opinião, sem sucesso, a menos que ub?n venha a<br />

significar execrar alguém a si próprio ou a outrem. Não encontro nenhum exemplo <strong>de</strong>sse uso do<br />

verbo. Mas o [uso] do substantivo em Números 5.21 e em Isaías 65.15, po<strong>de</strong> parecer, em alguma<br />

medida, contrariar tal interpretação. As outras passagens a que ele faz referência são poucas para<br />

o propósito.”

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