31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

542 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 7-9]<br />

Dai a Jehovah, ó assembléias dos povos, dai a Jehovah glória e força. 12 Dai<br />

a Jehovah a glória <strong>de</strong> seu nome; trazei oferendas 13 e entrai em seus átrios.<br />

Adorai diante <strong>de</strong> Jehovah na beleza <strong>de</strong> seu santuário; 14 trema toda a terra<br />

diante <strong>de</strong> sua face.<br />

7. Dai a Jehovah etc. Uma vez que o louvor esperado por Deus<br />

em Sião [Sl 65.1], lugar <strong>de</strong>votado à celebração <strong>de</strong> seu culto e on<strong>de</strong> a<br />

posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão foi a única investida com o privilégio do sacerdócio,<br />

não po<strong>de</strong>mos nutrir dúvidas <strong>de</strong> que o salmista esteja se<br />

reportando aqui àquela mudança que ocorreu na Igreja com o advento<br />

<strong>de</strong> Cristo. Uma oposição ou distinção se propõe entre o antigo povo <strong>de</strong><br />

Deus e as tribos gentílicas que mais tar<strong>de</strong> seriam adotadas na mesma<br />

comunhão. Declarar sua glória e sua força é o mesmo que <strong>de</strong>clarar a<br />

glória <strong>de</strong> sua força. E para mostrar que o homem não po<strong>de</strong> ostentar<br />

nada que seja propriamente seu, ao recusar-se a celebrar a glória <strong>de</strong><br />

Deus, impiamente o <strong>de</strong>spoja <strong>de</strong> suas justas honras, ele anexa: Dai ao<br />

Senhor a glória <strong>de</strong> seu nome; expressão essa que <strong>de</strong>nota que Deus<br />

não toma por empréstimo nada que seja externo, mas abarca em si<br />

mesmo tudo o que é digno <strong>de</strong> louvor. Ele convoca as nações gentíli-<br />

12 A palavra original para força que é <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> zu, azaz, ele era forte.“A mesma palavra”, diz Hammond,<br />

a qual se <strong>de</strong>riva do que o grego chama evxousia, po<strong>de</strong>r, domínio, império. A noção <strong>de</strong> força ou<br />

valor provavelmente possa ser usada no versículo 6, on<strong>de</strong> tanto beleza quanto força diz-se estar<br />

no santuário; beleza com respeito à glória da divina presença, mediante a proteção dos anjos que<br />

assistem ali; e força com respeito à assistência que é por Deus provi<strong>de</strong>nciada e fornecida ali a<br />

todos quantos a buscam em oração. Mas a outra noção é mais a<strong>de</strong>quada para este lugar, on<strong>de</strong> a<br />

palavra é anexada a glória e atribuída a Deus; e assim em 1 Pedro 5.11, que parece ser tomada αὐτῷ<br />

ἡ δόξα καὶ τὸ κράτοςs ‘a ele seja a glória e o domínio’; e daí o título <strong>de</strong> Deus, pantokra,twr, é melhor<br />

traduzido, não ‘onipotente’ nem ‘aquele que tem toda a força’, mas ‘aquele que tem o zu ou kra,toj,<br />

domínio ou império sobre todos’.”<br />

13 Horsley traduz: “Levai uma oferenda.” “A mincha”, diz ele, “uma oferenda <strong>de</strong> pão e flor <strong>de</strong><br />

farinha, não <strong>de</strong> carne.”<br />

14 As palavras ?dq-trdhb, as quais Calvino traduz “na beleza do santuário”, são traduzidas<br />

em nossa Bíblia inglesa “na beleza da santida<strong>de</strong>”. A Septuaginta traduz, evn αὐλὢ a`gia auvtou, “no<br />

átrio <strong>de</strong> sua santida<strong>de</strong>”; à luz do quê se tem pensado que o texto originalmente tinha ‏.בחצר-קוו Veja<br />

esta palavra no fim do versículo prece<strong>de</strong>nte. No Salmo 29.2 ocorre a mesma sentença. A versão<br />

<strong>de</strong> Calvino, e a <strong>de</strong> Jerônimo, que são precisamente a mesma, in <strong>de</strong>core sanctuarii, participam o<br />

hebraico e a versão Septuaginta.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!