31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

258 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

seus inimigos cujo arrependimento está fora <strong>de</strong> cogitação. Portanto,<br />

não é temerariamente que se lançam a esta oração para que Deus<br />

<strong>de</strong>strua esses e outros inimigos, ou antecipem o juízo divino; <strong>de</strong>sejando,<br />

porém, que os réprobos sejam envolvidos na con<strong>de</strong>nação<br />

que bem merecem, ao mesmo tempo pacientemente esperam até<br />

que o Juiz celestial separe os réprobos dos eleitos. Ao agir assim,<br />

não anulam a afeição que a carida<strong>de</strong> requer; porque, embora <strong>de</strong>sejem<br />

que todos sejam salvos, todavia sabem que a transformação <strong>de</strong><br />

alguns dos inimigos <strong>de</strong> Cristo é sem esperança, e sua perdição já<br />

está absolutamente <strong>de</strong>cretada.<br />

Entretanto, a pergunta não está plenamente respondida; pois<br />

quando, no versículo 7, <strong>de</strong>nunciam a cruelda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus inimigos,<br />

parecem <strong>de</strong>sejar vingança. Mas é preciso ter em mente o que acabo<br />

<strong>de</strong> observar, a saber: que ninguém po<strong>de</strong> orar <strong>de</strong>ssa maneira senão<br />

aqueles que já se vestiram do caráter público, e que, pondo <strong>de</strong> lado<br />

todas as consi<strong>de</strong>rações pessoais, tenham esposado o bem-estar da<br />

Igreja e profundamente interessados nela; e, por fim, nenhum outro,<br />

senão os que, sob a diretriz do Espírito Santo, tenham elevado suas<br />

mentes até o juízo divino; <strong>de</strong> modo que, estando prontos a perdoar,<br />

não sentenciem indiscriminadamente à morte cada inimigo por<br />

quem são injuriados, mas somente os réprobos. Com respeito aos<br />

que se apressam em <strong>de</strong>mandar a execução da vingança divina antes<br />

que se perca toda e qualquer esperança <strong>de</strong> arrependimento, Cristo<br />

os con<strong>de</strong>nou como culpados <strong>de</strong> zelo inconsi<strong>de</strong>rado e <strong>de</strong>sequilibrado,<br />

quando diz: “Não sabeis <strong>de</strong> que espírito sois” [Lc 9.55]. Além do<br />

mais, os fiéis aqui não <strong>de</strong>sejam simplesmente a <strong>de</strong>struição dos que<br />

<strong>de</strong> forma tão perversa perseguiam a Igreja, mas, usando aquela familiarida<strong>de</strong><br />

que Deus lhes permite em seu relacionamento com ele,<br />

relatam quão inconsistente lhe seria não castigar seus executores, 6<br />

e arrazoam assim: Senhor, como é possível que nos afligiste tão<br />

severamente, nós que temos invocado teu nome, e poupaste as na-<br />

6 “Mettans en avant l’absurdite qui en reviendroit, si Dieu ne punissoit les persecuteurs.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!