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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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424 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

isso simplesmente movendo um <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>dos. O escopo <strong>de</strong> ambas<br />

as passagens indubitavelmente é este: sempre que Deus castiga os pecados<br />

dos crentes genuínos, ele observará uma mo<strong>de</strong>ração saudável;<br />

e portanto é nosso <strong>de</strong>ver consi<strong>de</strong>rar todos os castigos que ele nos<br />

inflige como suas tantas medicinas. Sobre este ponto, os papistas têm<br />

errado clamorosamente. Não enten<strong>de</strong>ndo o verda<strong>de</strong>iro fim e fruto dos<br />

castigos, imaginam que Deus proce<strong>de</strong> daí como se estivesse a vingar-<br />

-se dos pecadores. Don<strong>de</strong> se originam suas satisfações, e <strong>de</strong>stas uma<br />

vez mais proce<strong>de</strong>m os perdões e indulgências, por meio dos quais se<br />

esforçam por redimir-se da mão e da vingança <strong>de</strong> Deus. 31 Mas Deus<br />

não tem em vista outra coisa senão corrigir os vícios <strong>de</strong> seus filhos, a<br />

fim <strong>de</strong> que, após os haver purgado totalmente, os restaure <strong>de</strong> novo a<br />

seu favor e comunhão; conforme as palavras <strong>de</strong> Paulo em 1 Coríntios<br />

11.33, as quais afirmam que os fiéis “são castigados pelo Senhor a fim<br />

<strong>de</strong> que não sejam con<strong>de</strong>nados com o mundo”. Por essa razão, para<br />

que não se vêem esmagados sob o peso do castigo, ele sustém sua<br />

mão e faz consi<strong>de</strong>ráveis concessões em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas fraquezas. E<br />

assim se cumpre a promessa: Para que não retenha sua benignida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seu povo, ainda quando ele esteja irado contra eles. Pois enquanto<br />

os corrige para seu proveito e salvação, ele não cessa <strong>de</strong> amá-los.<br />

Entretanto, é preciso observar que há uma mudança <strong>de</strong> pessoa nas palavras.<br />

Depois <strong>de</strong> dizer: Se seus filhos abandonarem minha lei etc., por<br />

fim acrescenta: minha benignida<strong>de</strong> ou misericórdia não se esquivará<br />

<strong>de</strong>le. Seguramente se <strong>de</strong>veria dizer, <strong>de</strong>les, em vez <strong>de</strong> <strong>de</strong>le, visto ser os<br />

filhos, no plural, <strong>de</strong> quem ele fala. Mas é bem provável que essa forma<br />

<strong>de</strong> expressão seja intencionalmente empregada para ensinar-nos que<br />

somos reconciliados com Deus somente através <strong>de</strong> Cristo; e se esperamos<br />

achar misericórdia, então temos <strong>de</strong> buscá-la nessa única fonte. O<br />

que se segue no final do versículo, não <strong>de</strong>ixarei que meus fiéis apostatem,<br />

é mais enfático do que se houvera dito que Deus será fiel ao que<br />

31 “Par lesquels moyens ils ont pensé se racheter pour eschapper la main et vengence <strong>de</strong><br />

Dieu.” – v.f.

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