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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 95 • 531<br />

insistiam em novas provas, quando seu po<strong>de</strong>r já havia sido amplamente<br />

atestado por meio <strong>de</strong> evidências irrefutáveis. Entretanto, há outro<br />

significado que po<strong>de</strong> ser dado ao termo provado – segundo o qual, o<br />

significado da passagem seria este: Vossos pais me tentaram ao me<br />

perguntarem on<strong>de</strong> estava Deus, não obstante todos os benefícios que<br />

eu lhes fizera; e me provaram, ou, seja, tiveram real experiência do<br />

que eu sou, visto que não cessei <strong>de</strong> dar-lhes claras provas <strong>de</strong> minha<br />

presença, e conseqüentemente viram minha obra. Seja qual for o sentido<br />

que adotemos, o <strong>de</strong>sígnio do salmista é evi<strong>de</strong>ntemente mostrar<br />

quão inescusáveis eram os ju<strong>de</strong>us em <strong>de</strong>sejarem <strong>de</strong>scobrir o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> Deus, como se ele estivesse oculto e não lhes fosse ensinado pelas<br />

mais incontestáveis provas. 24 Admitindo que não tivessem recebido<br />

nenhuma <strong>de</strong>monstração prévia <strong>de</strong>le [po<strong>de</strong>r], teriam evi<strong>de</strong>nciado um<br />

espírito inconveniente exigindo <strong>de</strong> Deus a razão pela qual ele <strong>de</strong>ixara<br />

<strong>de</strong> sustentá-los com comida e bebida; pôr em dúvida, porém, sua presença<br />

<strong>de</strong>pois que os tirara do Egito com mão estendida, e evi<strong>de</strong>nciado<br />

seu zelo por eles com os mais convincentes testemunhos – duvidar <strong>de</strong><br />

sua presença da mesma forma como se ele nunca lhes fora revelado<br />

–, era um perverso esquecimento que agravava ainda mais sua culpa.<br />

No todo, consi<strong>de</strong>ro o sentido da passagem como sendo o seguinte:<br />

Vossos pais me tentaram, embora tivessem provas sobejas percebidas<br />

por evidências claras e inegáveis <strong>de</strong> que eu era o seu Deus; sim,<br />

embora minhas obras fossem postas diante <strong>de</strong> seus olhos <strong>de</strong> forma<br />

muito clara. A lição é a mesma que também nos é aplicável; pois quanto<br />

mais abundantes forem os testemunhos que tivermos do po<strong>de</strong>r e<br />

benignida<strong>de</strong> do Senhor, maior será nosso pecado, caso insistamos<br />

em receber provas adicionais <strong>de</strong>les. Quantos <strong>de</strong> nós, em nossos próprios<br />

dias, somos surpreendidos exigindo milagres, enquanto outros<br />

vivem murmurando contra Deus por ele não ce<strong>de</strong>r a seus caprichos?<br />

Alguns po<strong>de</strong>riam perguntar por que o salmista seleciona o caso par-<br />

24 “D’autant qu’ils ont <strong>de</strong>siré que la vertu <strong>de</strong> Dieu, laquelle leur estoit <strong>de</strong>claree par tant<br />

d’experiences, leur fust manifestee, comme s’ils ne l’eussent jamais cognue.” – v.f.

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