31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 89 • 421<br />

Limitar o que se diz aqui ao antigo povo <strong>de</strong> Israel é uma exposição<br />

não apenas absurda, mas totalmente ímpia. Em primeiro lugar, tomo<br />

como ponto estabelecido o que já tivemos ocasião <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar com<br />

freqüência, a saber: que este reino foi erigido para ser uma figura ou<br />

sombra na qual Deus pu<strong>de</strong>sse representar o Mediador em relação a<br />

sua Igreja. E isso se po<strong>de</strong> provar não só à luz do testemunho <strong>de</strong> Cristo<br />

e seus apóstolos, mas po<strong>de</strong> também ser clara e indubitavelmente<br />

<strong>de</strong>duzido da coisa consi<strong>de</strong>rada em si mesma. Se nos <strong>de</strong>scartarmos <strong>de</strong><br />

Cristo, on<strong>de</strong> acharemos aquela eterna duração do trono real do qual<br />

se faz menção aqui? Em segundo lugar, <strong>de</strong> Davi que, na or<strong>de</strong>m da sucessão,<br />

foi <strong>de</strong>spojado da maior parte do reino, <strong>de</strong> modo que das doze<br />

tribos ele reteve parcamente uma tribo e meia. Depois disso, quantas<br />

perdas sofreu esse reino que ficou tão reduzido, e com quantas calamida<strong>de</strong>s<br />

se viu ele <strong>de</strong>sfigurado, até que, por fim, o rei e toda a<br />

corporação do povo foram arrastados ao cativeiro, com extrema ignomínia<br />

e opróbrio? E peço ao leitor que consi<strong>de</strong>re on<strong>de</strong> foi parar a<br />

dignida<strong>de</strong> do trono, quando o rei, <strong>de</strong>pois que seus filhos foram mortos<br />

ante seus próprios olhos, foi ele mesmo tratado como um criminoso?<br />

[2Rs 25.7.] Aos ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>veras mais tar<strong>de</strong> se permitiu habitar em seu<br />

próprio país; porém sem a honra e título <strong>de</strong> reino. Conseqüentemente,<br />

Ezequiel [21.27] <strong>de</strong>clara três vezes que a coroa seria lançada ao pó,<br />

“até que venha aquele a quem pertença o direito”. A conclusão óbvia,<br />

pois, é que a perpetuida<strong>de</strong>, como aplicada a esse reino, só po<strong>de</strong> ser<br />

verificada em Cristo. E <strong>de</strong> fato, que acesso po<strong>de</strong>riam os ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong> outrora<br />

ter a Deus, ou que acesso po<strong>de</strong>ríamos nós, na atualida<strong>de</strong>, ter a<br />

ele, não fora o Mediador manifestar-se entre nós e ele, para fazer-nos<br />

encontrar graça diante <strong>de</strong> seus olhos?<br />

Agora nos resta aplicar a nós mesmos as qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse reino<br />

das quais estivemos falando. Como sua eterna duração nos leva a esperar<br />

uma bendita imortalida<strong>de</strong>, e sua invencível força inspirar nossas<br />

mentes com tranqüilida<strong>de</strong> e impedir que nossa fé se <strong>de</strong>svaneça, não<br />

obstante todos os esforços que Satanás porventura apresente contra<br />

nós, e não obstante as numerosas formas <strong>de</strong> morte que porventura

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!