31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

492 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

2. Teu trono é estável. Há quem lê está preparado, e isso concorda<br />

bem com o contexto, contanto que tomemos as duas frases como uma<br />

só sentença: Ó Senhor, tu és <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a eternida<strong>de</strong>, ainda assim teu trono<br />

está erigido ou preparado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aquele tempo. Pois é pobre o sentido<br />

que alguns têm anexado às palavras, como se contivessem uma simples<br />

asseveração da eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus; e o salmista, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />

tenciona dizer que, como Deus é eterno em sua essência, assim ele<br />

esteve sempre investido <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e majesta<strong>de</strong>. O termo trono significa,<br />

por meio <strong>de</strong> sinédoque, justiça e ofício ou po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> governar; sendo<br />

costumeiro transferir tais imagens tomadas dos homens para Deus, à<br />

guisa <strong>de</strong> acomodação a nossa <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>. 3 Com tal atribuição <strong>de</strong> louvor,<br />

o salmista efetivamente se <strong>de</strong>sfez <strong>de</strong> todas as idéias disparatadas<br />

que têm sido aventadas com a intenção <strong>de</strong> negar ou <strong>de</strong>sacreditar o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> Deus, e <strong>de</strong>claram que Deus po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> existir tanto quanto<br />

po<strong>de</strong> também <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ocupar seu trono no governo <strong>de</strong>ste mundo.<br />

[vv. 3-5]<br />

Os rios levantaram, ó Jehovah, os rios levantaram sua voz; os rios levantaram<br />

suas ondas. As ondas 4 do mar são terríveis em virtu<strong>de</strong> do ruído das<br />

gran<strong>de</strong>s águas; Jehovah é terrível nas alturas. Teus testemunhos são singularmente<br />

verídicos; santida<strong>de</strong> é a glória <strong>de</strong> tua casa, ó Jehovah, por longos<br />

dias. 5<br />

3 “Sellon que ces similitu<strong>de</strong>s-ci prinses <strong>de</strong>s hommes ont <strong>de</strong> coustume d’estre appropriees à<br />

Dieu, pour le regard et la portee <strong>de</strong> nostre infirmite.” – v.f.<br />

4 A palavra hebraica, yrb?m, mishberey, aqui usada para ondas, significa ‘ondas’ que se ‘chocam’<br />

contra a praia ou umas contra as outras, e assim são ‘quebradas’ – ‘ressacas’. Por conseguinte,<br />

Mant traduz “as ressacas po<strong>de</strong>rosas se arremessando para o alto.” Horsley dá uma versão<br />

similar. Ele lê os versículos terceiro e quarto assim:<br />

3. Os rios, ó Jehovah, levantaram,<br />

Os rios levantaram sua voz;<br />

Os rios levantaram suas ondas,<br />

com o som das muitas águas.<br />

4. Po<strong>de</strong>rosas são as ressacas do mar!<br />

Po<strong>de</strong>roso nas alturas é Jehovah!<br />

Quanto à quarta linha, “Com o som das muitas águas”, ele observa: “Esta é a primeira linha do<br />

quarto versículo, mas <strong>de</strong>ve juntar-se ao quarto. E os rios não são aqui mencionados, os fluídos<br />

do caos indigesto, em selvagem e irregular agitação, antes que o Criador a houvesse reduzido à<br />

forma e à or<strong>de</strong>m? Ou, melhor, não po<strong>de</strong>riam eles ser místicos – os tumultos dos povos rebel<strong>de</strong>s?”<br />

5 “Domui tuæ <strong>de</strong>cus, sanctitas Jehovah in longitudinem dierum.” – v.l. A tradução da versão

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!