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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 99 • 567<br />

seu serviço e ao amor em pieda<strong>de</strong>. O salmista, pois, convoca os ju<strong>de</strong>us<br />

a exaltarem ao Deus <strong>de</strong> quem receberam um auxílio tão palpável, e<br />

lhes or<strong>de</strong>na a ren<strong>de</strong>rem aquele culto <strong>de</strong>signado em sua lei. O templo,<br />

<strong>de</strong>veras, é amiú<strong>de</strong> <strong>de</strong>nominado em outros lugares <strong>de</strong> o trono, a casa, o<br />

repouso ou o lugar <strong>de</strong> habitação <strong>de</strong> Deus; aqui ele é chamado estrado<br />

<strong>de</strong> seus pés, e há a melhor <strong>de</strong> todas as razões para o uso <strong>de</strong>sta metáfora.<br />

Pois Deus <strong>de</strong>sejava habitar no meio <strong>de</strong> seu povo, <strong>de</strong> uma maneira<br />

tal, não só para dirigir seus pensamentos para o templo externo e para<br />

a arca do concerto, mas, antes, elevá-los a coisas superiores. Daí o<br />

termo casa ou habitação se propõe a comunicar-lhes coragem e confiança,<br />

para que todos os fiéis nutrissem a ousadia <strong>de</strong> se chegarem a<br />

Deus espontaneamente, a quem viam chegar para nutri-los com seu<br />

beneplácito.<br />

Mas, como a mente dos homens sempre se inclina para a superstição,<br />

era necessário refrear essa propensão para que associassem com<br />

suas noções <strong>de</strong> Deus as coisas carnais e terrenas, e seus pensamentos<br />

fossem totalmente açambarcados pelas formas externas <strong>de</strong> culto. O<br />

profeta, pois, ao chamar o templo estrado <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>seja que os santos<br />

elevem seus pensamentos ao alto, pois ele enche o céu e a terra<br />

com sua glória infinita. Não obstante, com esses meios ele nos lembra<br />

que o verda<strong>de</strong>iro culto não po<strong>de</strong> ser prestado a Deus em qualquer outro<br />

lugar fora do monte Sião. Pois ele emprega um estilo <strong>de</strong> escrita que<br />

tinha o propósito <strong>de</strong> elevar as mentes dos santos acima do mundo e,<br />

ao mesmo tempo, não <strong>de</strong>trai um mínimo sequer da santida<strong>de</strong> do templo,<br />

<strong>de</strong> todos os lugares da terra o único que Deus escolheu como o<br />

lugar on<strong>de</strong> fosse adorado. À luz <strong>de</strong>sse fato po<strong>de</strong>mos ver, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os dias<br />

<strong>de</strong> Agostinho, quão futilmente muitos se perturbam tentando averiguar<br />

a razão para o profeta dizer que o estrado <strong>de</strong> Deus fosse adorado.<br />

A resposta <strong>de</strong> Agostinho é engenhosa. Diz ele: Se olharmos para a humanida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cristo, perceberemos a razão por que po<strong>de</strong>mos adorar o<br />

escabelo <strong>de</strong> Deus, e todavia permanecer isentos da culpa <strong>de</strong> idolatria;<br />

pois aquele corpo no qual ele <strong>de</strong>seja ser adorado foi tomado da terra,<br />

e nesta terra nada mais além <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve ser adorado, pois a terra

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