31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 78 • 231<br />

ria, indignação e aflição. Este acúmulo <strong>de</strong> palavras tem a intenção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spertar as mentes que se acham adormecidas para que a <strong>de</strong>scoberta<br />

<strong>de</strong> tantos milagres, dos quais tanto o número quanto a excelência, pu<strong>de</strong>sse<br />

ser percebida até mesmo pelos próprios cegos.<br />

Em último lugar, acrescenta-se que Deus executou esses juízos pela<br />

instrumentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anjos. Embora Deus tenha, como bem lhe aprouve,<br />

estabelecido certas leis, sejam do céu ou da terra, e governa toda a or<strong>de</strong>m<br />

da natureza <strong>de</strong> tal maneira que a cada criatura <strong>de</strong>signou ele sua<br />

própria função peculiar; todavia, sempre que lhe pareça bem, ele faz uso<br />

do ministério <strong>de</strong> anjos para a execução <strong>de</strong> suas or<strong>de</strong>ns, não por meios<br />

ordinários ou naturais, mas por seu secreto po<strong>de</strong>r, o qual nos é incompreensível.<br />

Há quem pensa que os <strong>de</strong>mônios são aqui indicados só porque o<br />

epíteto mau ou nocivo se aplica a anjos. 45 Não rejeito esta opinião; porém<br />

a base sobre a qual ela repousa é pouco sólida. Dizem que, como Deus<br />

nos dispensa seus benefícios pelo ministério <strong>de</strong> anjos eleitos, assim ele<br />

também executa sua ira pela agência <strong>de</strong> anjos réprobos, como se fossem<br />

seus executores. Admito ser isso em parte verídico; porém nego que essa<br />

distinção seja sempre observada. Muitas passagens da Escritura po<strong>de</strong>m<br />

ser citadas em contrário. Quando o exército dos assírios puseram sítio<br />

à santa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jerusalém, quem foi que fez tal <strong>de</strong>vastação entre eles,<br />

quando os compeliu a erguer o cerco, senão o anjo que foi <strong>de</strong>signado<br />

naquela ocasião para a <strong>de</strong>fesa da Igreja? [2Rs 19.35]. Da mesma forma,<br />

o anjo que matou os primogênitos no Egito [Êx 11.5] não era apenas ministro<br />

e executor da ira divina contra os egípcios, mas também o agente<br />

45 Aben Ezra supõe que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!