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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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272 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

-los quando curvados sob o fardo <strong>de</strong> suas calamida<strong>de</strong>s, ousadamente<br />

soerguê-lo, por mais pesado fosse seu volume. Esta base <strong>de</strong> apoio lhes<br />

era apresentada com freqüência; e é reiterada pela terceira vez no último<br />

versículo do Salmo.<br />

[vv. 8-13]<br />

Tu trouxeste do Egito uma vi<strong>de</strong>ira; expulsaste os pagãos e a plantaste.<br />

Limpaste o terreno para ela; fizeste com que ela esten<strong>de</strong>sse suas raízes,<br />

e ela encheu a terra. Os montes foram cobertos com sua sombra, 5 e seus<br />

ramos se tornaram como os cedros <strong>de</strong> Deus. Ela esten<strong>de</strong>u seus ramos para<br />

o mar, e suas raízes para o rio. 6 Por que quebraste então seus valados, <strong>de</strong><br />

modo que todos que passam pelo caminho a vindimam [ou a <strong>de</strong>stroçam]?<br />

O javali da floresta 7 a <strong>de</strong>vasta; 8 e as feras selvagens do campo a <strong>de</strong>voram.<br />

5 A LXX traduz este versículo assim: VEka,luyen o;rh h` skia. auvth/j( kai. ai, avna<strong>de</strong>ndra,<strong>de</strong>j auvth/j ta.j<br />

ke,drouj tou Qeou/) “A sombra dali cobriu as colinas, e os ramos dali [cobriram] os cedros <strong>de</strong> Deus.”<br />

A LXX parece ter traduzido hsk, casah, cobriu, em vez <strong>de</strong> wsk, cossu, foi coberto. Com isso concordam<br />

as versões Siríaca, Árabe e Vulgata; e esta é a redação adotada por Hare, Houbigant, Lowth e<br />

Horsley. “É uma imagem extravagante <strong>de</strong> uma vi<strong>de</strong>ira florescente”, diz Lowth, “dizer que ele subiu<br />

até mesmo pelos cedros mais altos, se expandiu com seus galhos e cobriu o próprio cume <strong>de</strong>les?”<br />

“A imagem”, diz Merrick, “penso eu, bem que po<strong>de</strong>ria ser a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> uma vi<strong>de</strong>ira alegórica, a<br />

qual é representada como a esten<strong>de</strong>r seus ramos para o mar, e seus renovos para o rio; especialmente<br />

quando comparado com o que Kæmpfer diz <strong>de</strong> algumas vi<strong>de</strong>iras estrangeiras. ‘Maximum<br />

proventum vites tribuunt, quæ nulla jutæ cultura palmites per summa spargunt fastigia arborum.’<br />

– Amænitat. Ext. Fascic. 2, Relat. 9, 2, p. 390. O autor <strong>de</strong> History of the Piratical States of Barbary<br />

(publicado em 1750) nos informa que algumas das vi<strong>de</strong>iras próximas a Algiers ‘sobem aos topos<br />

<strong>de</strong> todas as árvores altas e se esten<strong>de</strong>m até as outras, formando caramanchões naturais’, p. 163. E<br />

Beverley, em sua História da Virgínia (p. 116, 2ª edição), afirma que já viu gran<strong>de</strong>s árvores cobertas<br />

com vi<strong>de</strong>iras singulares, e essas vi<strong>de</strong>iras quase que cobertas com uvas. Vi<strong>de</strong>iras cobrindo cedros,<br />

na <strong>de</strong>scrição do salmista, po<strong>de</strong>riam estar sugerindo uma idéia não só <strong>de</strong> sua extensão, mas também<br />

<strong>de</strong> sua soberania (concordando com o que Musculus escreve no lugar: ‘Operti fuerunt montes umbra<br />

ejus, et ramis ejus cedri Dei: Ponit hæc <strong>de</strong> potentia regni Israelitici’ &c.), como um poeta, à luz <strong>de</strong> sua<br />

própria circunstância, representando a vi<strong>de</strong>ira como a senhora das árvores (Nonnus, Dionysiac.<br />

L. xii. 278, 279).”<br />

6 O mar – o rio –, isto é, o Mediterrâneo, que era a fronteira oci<strong>de</strong>ntal, e o Eufrates, que era a<br />

fronteira oriental da Palestina. A promessa divina a respeito da extensão do território do povo<br />

escolhido corre nestes termos [Dt 11.24]: “Des<strong>de</strong> o rio Eufrates até o mar oci<strong>de</strong>ntal será vosso<br />

termo.” Isso se cumpriu nos dias <strong>de</strong> Salomão [1Rs 4.21; Sl 72.8]. Em seu tempo havia colônias<br />

hebraicas e guarnições próximo ao Rio Eufrates.<br />

7 Segundo o Talmu<strong>de</strong>, a letra média da palavra traduzida por floresta, neste versículo, é a letra<br />

média do Saltério hebraico.<br />

8 O javali da floresta a <strong>de</strong>vasta. “Este terrível animal é tanto feroz quanto cruel, e tão veloz que<br />

poucas das tribos primitivas podiam competir com ele numa corrida. Sua principal habitação, diz<br />

Forbes, é a floresta e selvas; mas quando o grão está quase maduro, ele comete terríveis selvagerias<br />

nos campos e plantações <strong>de</strong> açúcar. Esse animal feroz e <strong>de</strong>struidor, não satisfeito em <strong>de</strong>vorar

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