31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 73 • 87<br />

nossos olhos e atur<strong>de</strong> nossa mente; e então a confusão das coisas que<br />

prevalecem no mundo produz uma névoa tão espessa que se torna<br />

por <strong>de</strong>mais difícil vermos através <strong>de</strong>la e po<strong>de</strong>rmos chegar à conclusão<br />

<strong>de</strong> que Deus governa e esten<strong>de</strong> seu cuidado às coisas aqui embaixo.<br />

Os ímpios em sua maioria triunfam; e ainda que <strong>de</strong>liberadamente<br />

instiguem a ira divina e provoquem sua vingança, todavia, ao serem<br />

poupados, é como se, ao escarnecerem <strong>de</strong>le, nada fizessem <strong>de</strong> faltoso,<br />

e que nunca serão chamados a prestar contas <strong>de</strong> tal comportamento. 2<br />

Por outro lado, os justos, atormentados com pobreza, oprimidos com<br />

muitas dificulda<strong>de</strong>s, acossados por múltiplas injustiças e cobertos <strong>de</strong><br />

ignomínia e afronta, choram e gemem; e na proporção da solicitu<strong>de</strong><br />

com que se exercitam no empenho <strong>de</strong> fazer o bem a todos os homens<br />

está a liberda<strong>de</strong> que os perversos têm <strong>de</strong>, com impudência, abusar <strong>de</strong><br />

sua paciência. Quando tal é o estado das dificulda<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> acharemos<br />

uma pessoa que às vezes não se sinta tentada e importunada pela<br />

ímpia sugestão <strong>de</strong> que as ativida<strong>de</strong>s do mundo vão ao léu e, como costumamos<br />

dizer, são governadas pelo acaso? 3 Tal execrável imaginação,<br />

indubitavelmente, granjeou completa posse da mente dos incrédulos,<br />

a qual não é iluminada pelo Espírito <strong>de</strong> Deus, e <strong>de</strong>sse modo não elevam<br />

seus pensamentos à contemplação da vida eterna. Por conseguinte,<br />

<strong>de</strong>scobrimos a razão por que Salomão <strong>de</strong>clara que, “Tudo suce<strong>de</strong><br />

igualmente a todos; o mesmo suce<strong>de</strong> ao justo e ao ímpio, ao bom e ao<br />

puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica;<br />

assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme<br />

o juramento. Este é o mal que há entre tudo quanto se faz <strong>de</strong>baixo do<br />

sol; a todos suce<strong>de</strong> o mesmo; e que também o coração dos filhos dos<br />

homens está cheio <strong>de</strong> malda<strong>de</strong>, e que há <strong>de</strong>svarios em seu coração<br />

enquanto vivem, e <strong>de</strong>pois se vão aos mortos” [Ec 9.2, 3] – a razão é<br />

porque não consi<strong>de</strong>ram que as coisas aparentemente assim <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadas<br />

estão sob a direção e governo <strong>de</strong> Deus.<br />

2 “Il semble qu’ils ont bom marché <strong>de</strong> se mocquer <strong>de</strong> luy, et qu’il n’en sera autre chose.” – v.f.<br />

3 “Que le mon<strong>de</strong> tourne à l’aventure, et (comme on dit) est gouverné par fortune?” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!