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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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296 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> queixa? Em Ezequiel 13.32, ele <strong>de</strong>clara com a mais estrita consi<strong>de</strong>ração<br />

à verda<strong>de</strong>: “Não tenho prazer na morte <strong>de</strong> quem morre”, contanto<br />

que na interpretação da passagem sinceramente e sem diletantismo<br />

tenhamos em vista todo o escopo <strong>de</strong>la. Deus não tem prazer na morte<br />

<strong>de</strong> um pecador. Como assim? Porque ele quer que todos os homens<br />

se volvam para ele. Mas é sobejamente evi<strong>de</strong>nte que os homens, por<br />

seu próprio livre-arbítrio, não po<strong>de</strong>m ir a Deus, até que primeiro ele<br />

mu<strong>de</strong> seus corações empe<strong>de</strong>rnidos em corações <strong>de</strong> carne. Sim, essa<br />

renovação, como Agostinho judiciosamente observa, é uma obra que<br />

suplanta àquela da própria criação. Ora, o que impe<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> curvar<br />

e mo<strong>de</strong>lar os corações <strong>de</strong> todos os homens igualmente em submissão<br />

a ele? Aqui mo<strong>de</strong>sta e sobriamente se <strong>de</strong>ve observar que, em vez <strong>de</strong><br />

forçar entrada em seus <strong>de</strong>cretos incompreensíveis, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>scansar<br />

contentes com a revelação que ele tem feito <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong> em sua<br />

Palavra. Existe a mais justa base para se dizer que ele quer a salvação<br />

daqueles a quem se dirige esta linguagem [Is 19.22]: “Vin<strong>de</strong> a mim, e<br />

sereis convertidos.” Na segunda parte do versículo que se acha diante<br />

<strong>de</strong> nós <strong>de</strong>finimos o que significa ouvir a Deus. Assentir-se com o que<br />

ele fala não basta; porque os hipócritas admitirão sem problema que<br />

tudo quanto proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua boca é verda<strong>de</strong>iro, e se <strong>de</strong>leitarão em<br />

ouvir simplesmente como um asno que inclina suas orelhas. Mas a<br />

sentença se propõe a ensinar-nos que só po<strong>de</strong>mos ouvir a Deus quando<br />

nos submetemos a sua autorida<strong>de</strong>.<br />

14. Eu logo teria abatido seus inimigos. Aqui os israelitas são<br />

ensinados que todas as calamida<strong>de</strong>s que lhes sobrevieram tinham que<br />

ser imputadas a seus próprios pecados. Pois seus inimigos não lutaram<br />

contra eles com qualquer outra força senão aquela que recebiam<br />

do alto. Deus prometera que sob sua li<strong>de</strong>rança o povo escolhido viria<br />

a ser vitorioso sobre todos seus inimigos; e agora, para remover<br />

todo motivo que po<strong>de</strong>ria responsabilizá-lo <strong>de</strong> violar sua palavra, ele<br />

afirma que não teria fracassado em capacitá-los a fazer isso não tivesse<br />

ele sido impedido pelos pecados <strong>de</strong>les. Sem dúvida ele tencionava<br />

trazer-lhes à memória que as vitórias que anteriormente alcançaram

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