31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

94 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

trado nosso vigor, elas representam os tantos mensageiros da morte,<br />

advertindo-nos da fragilida<strong>de</strong> e curta duração <strong>de</strong> nossa vida. Portanto,<br />

elas são com proprieda<strong>de</strong> comparadas a algemas, com as quais Deus<br />

nos pren<strong>de</strong> a seu jugo, a fim <strong>de</strong> que nossa força e vigor não nos incitem<br />

à licenciosida<strong>de</strong> e rebelião.<br />

5. Nem são afligidos como outros homens. Aqui <strong>de</strong>clara-se que<br />

os ímpios <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> <strong>de</strong>leitoso repouso e são, como por especial<br />

privilégio, isentos das misérias a que a humanida<strong>de</strong> em geral se acha<br />

sujeita. Sem dúvida, eles também se envolvem simultaneamente nas<br />

aflições e no bem, e Deus amiú<strong>de</strong> executa seus juízos sobre eles, porém,<br />

com o expresso propósito <strong>de</strong> testar nossa fé, ele sempre coloca<br />

alguns <strong>de</strong>les em estágio elevado, como a <strong>de</strong>sfrutar os privilegiados <strong>de</strong><br />

viverem eles em um estado <strong>de</strong> isenção das calamida<strong>de</strong>s, como aqui<br />

se <strong>de</strong>screve. Ora, quando consi<strong>de</strong>ramos que a vida dos homens é<br />

saturada <strong>de</strong> labor e misérias, e que essa é a lei e a condição <strong>de</strong> viver<br />

<strong>de</strong>stinadas a todos, é uma dolorosa tentação contemplar os que<br />

<strong>de</strong>sprezam a Deus entregues a seus luxuriantes prazeres e em pleno<br />

<strong>de</strong>sfruto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> tranqüilida<strong>de</strong>, como se estivessem colocados acima<br />

do resto do mundo, em uma região <strong>de</strong> <strong>de</strong>leite, on<strong>de</strong> separaram um<br />

ninho para si próprios. 16<br />

6. Por isso a soberba os cerca como uma corrente. Esta queixa<br />

é mais razoável que a anterior; pois somos aqui informados que,<br />

<strong>de</strong>sta doença? [Lc 13.11, 12, 16]. Segundo este ponto <strong>de</strong> vista, o significado seria: não sofreram<br />

doenças violentas em sua morte. Horsley lê: “Não há fatalida<strong>de</strong> em sua morte.” Depois <strong>de</strong> observar<br />

que a palavra tybxrj, traduzida por algemas, ocorre apenas em outro lugar em toda a Bíblia [Is<br />

58.6]; on<strong>de</strong> a LXX traduziu por συνδεσμον, e a Vulgata por colligationes, diz ele: “À luz <strong>de</strong> seu<br />

sentido ali, e à luz <strong>de</strong> sua aparente afinida<strong>de</strong> com as raízes Jrj e hbx, presumo que, num sentido<br />

secundário e figurativo, a palavra po<strong>de</strong> <strong>de</strong>notar as mais fortes <strong>de</strong> todas as algemas ou nós, necessariamente<br />

físicas ou fatídicas; e po<strong>de</strong> ser tomada nesse sentido aqui. A queixa consiste em que<br />

a constituição ordinária do mundo pressupõe-se não conter certa provisão para o extermínio dos<br />

ímpios; que não há conexão necessária e imediata entre o mal moral e a malda<strong>de</strong> e morte físicas.”<br />

A Septuaginta lê: o[ti ouvk e;stin avna,neusij evn tw/| qana,tw| auvtw/n: “Pois não há sinal <strong>de</strong> relutância em<br />

sua morte.” A Vulgata: “Quia non est respectus morti eorum”: “Pois não pensam em morrer”; ou:<br />

“Pois não tomam nenhuma nota <strong>de</strong> sua morte.” A Caldaica: “Não são terrificados ou atribulados<br />

por causa do dia <strong>de</strong> sua morte.”<br />

16 “En un lieu <strong>de</strong> plaisance, et comme pour avoir leur nid à parte.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!