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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 75 • 159<br />

acabou <strong>de</strong> falar. Ele afirma que o objetivo para o qual Deus reina é que<br />

nenhuma iniqüida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> permanecer impune; senão que, quando<br />

os perversos tiverem quebrado toda restrição, entregando-se à perversida<strong>de</strong>,<br />

ele po<strong>de</strong> arrastá-los ao merecido castigo. À luz <strong>de</strong>ste fato<br />

novamente apren<strong>de</strong>mos qual a estima que <strong>de</strong>vemos formar da providência<br />

<strong>de</strong> Deus – <strong>de</strong>vemos consi<strong>de</strong>rá-la como a exercer seu controle<br />

por meio <strong>de</strong> uma energia sempre presente sobre cada parte <strong>de</strong> nossa<br />

vida. Portanto, assevera-se que Deus tem em sua mão um cálice <strong>de</strong> cujo<br />

conteúdo leva o ímpio a embriagar-se. A palavra rmj, chamar, significa<br />

cheio <strong>de</strong> borra, e também rubro. Como o vinho tinto entre os ju<strong>de</strong>us era<br />

o mais forte e o mais ácido, po<strong>de</strong>mos supor que a referência aqui seja<br />

a ele; e a similitu<strong>de</strong> é muito apropriada, a qual representa Deus como<br />

que tendo na mão vinho <strong>de</strong> um caráter extremamente embriagante,<br />

com o qual leva o ímpio a embriagar-se até a morte. Está implícito<br />

que a velocida<strong>de</strong> da vingança divina é incrível, assemelhando-se à rapi<strong>de</strong>z<br />

e po<strong>de</strong>r com que o vinho forte penetra no cérebro, produzindo<br />

ou <strong>de</strong>mência ou febre cruel. É nesse sentido que se diz que o vinho do<br />

cálice <strong>de</strong> Deus é <strong>de</strong> cor rubra; como lemos em Provérbios 23.31: “Não<br />

olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplan<strong>de</strong>ce<br />

no copo e se escoa suavemente.” Tampouco serve <strong>de</strong> objeção dizer<br />

que ele é <strong>de</strong>scrito pouco <strong>de</strong>pois como cheio <strong>de</strong> mistura. Essas duas<br />

coisas não concordam mal entre si: primeiro, que os perversos são <strong>de</strong><br />

repente embriagados pela vingança <strong>de</strong> Deus; e, segundo, que o bebem<br />

até borra, até que pereçam. Alguns dão uma explicação diferente do<br />

termo mistura, consi<strong>de</strong>rando, porém sem qualquer base plausível, que<br />

a alusão é ao costume que prevalece nos climas quentes <strong>de</strong> diluir o<br />

vinho com água. Esta expressão, ele está cheio <strong>de</strong> mistura, foi antes<br />

acrescentada para imprimir força adicional à afirmação do profeta;<br />

sendo seu objetivo comparar a veemência e fúria da ira <strong>de</strong> Deus com<br />

o vinho temperado. 18 Por meio <strong>de</strong>ssas figuras ele notifica que será im-<br />

18 Vinho misturado naturalmente nos sugere a idéia <strong>de</strong> vinho mais fraco do que em seu estado<br />

puro. Conseqüentemente, Green, em vez <strong>de</strong> “cheio <strong>de</strong> mistura”, traduz “sem mistura”, o que ele<br />

significa vinho sem mistura <strong>de</strong> água. Ele percebeu que, à primeira vista, está implícito o vinho <strong>de</strong>

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