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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 72 • 65<br />

explicada como a <strong>de</strong>notar que este Salmo foi composto por Salomão<br />

ou em menção a ele. Se tal for admitido, <strong>de</strong>ve-se observar que, sob a<br />

pessoa <strong>de</strong> um homem, há envolvido o estado do reino através <strong>de</strong> eras<br />

sucessivas. Depois <strong>de</strong> haver cuidadosamente pesado toda a questão,<br />

estou disposto a aquiescer à conjetura <strong>de</strong> que as orações às quais Davi<br />

<strong>de</strong>u expressão em seu leito mortuário foram reduzidas por seu filho na<br />

forma <strong>de</strong> um Salmo, com vistas a que fosse o mesmo guardado em memória<br />

eterna. Para indicar a gran<strong>de</strong> importância <strong>de</strong> sua oração, e para<br />

induzir os fiéis com a maior solicitu<strong>de</strong> possível a unir suas orações<br />

com a memorável oração <strong>de</strong>sse santo rei, acrescenta-se expressamente<br />

que esta foi a última que ele pronunciou. Visto que Salomão nada<br />

mais fez do que elaborar no estilo <strong>de</strong> poesia a matéria a que seu pai<br />

<strong>de</strong>u expressão, Davi <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como o principal autor <strong>de</strong>sta<br />

inspirada composição. Os que o interpretariam simplesmente como<br />

uma profecia do reino <strong>de</strong> Cristo parecem elaborar uma construção<br />

nas palavras que lhes fazem violência; e então se precaveriam sempre<br />

<strong>de</strong> dar aos ju<strong>de</strong>us ocasião <strong>de</strong> apresentar seu protesto, como se nosso<br />

propósito fosse, sofisticamente, aplicar a Cristo as coisas que não lhe<br />

dizem respeito diretamente. Como Davi, porém, que fora ungido rei<br />

pela or<strong>de</strong>nação divina, sabia que os termos sobre os quais ele e sua<br />

posterida<strong>de</strong> possuíam o reino consistiam em que o po<strong>de</strong>r e domínio<br />

por fim viriam a Cristo; e como ele sabia ainda que o bem-estar temporal<br />

do povo, no momento, estava compreendido nesse reino, como<br />

era mantido por ele e sua posterida<strong>de</strong>, e que <strong>de</strong>le, que era apenas um<br />

tipo ou sombra, proce<strong>de</strong>ria por fim algo muito superior – ou, seja, a<br />

felicida<strong>de</strong> espiritual e eterna; conhecendo, como conhecia, tudo isso,<br />

ele com razão fez da perpétua duração <strong>de</strong>sse reino o alvo <strong>de</strong> sua mais<br />

intensa solicitu<strong>de</strong>, e orou com a mais profunda ansieda<strong>de</strong> em seu favor<br />

– reiterando sua oração em seus últimos momentos, com vistas a<br />

distintamente testificar que, <strong>de</strong> todas suas preocupações, esta era a<br />

maior. O que aqui se diz <strong>de</strong> domínio eterno não po<strong>de</strong> limitar-se a um só<br />

homem, ou a uns poucos, nem mesmo a uns vinte séculos, mas realça-<br />

-se a sucessão que tinha sua concretização final e completa em Cristo.

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