31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

578 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

lhe fora prometido. Portanto, cantar a misericórdia e o juízo equivale a<br />

<strong>de</strong>clarar em termos solenes que ele seria um rei justo e íntegro. Agostinho<br />

enten<strong>de</strong> isto no sentido em que Deus <strong>de</strong>ve ser louvado, quer ele<br />

castigue os homens com severida<strong>de</strong> ou quer se mostre misericordioso<br />

para com eles; mas tal interpretação é <strong>de</strong>masiadamente sutil. Davi<br />

não fala dos juízos secretos <strong>de</strong> Deus, mas da correta administração do<br />

reino, para que [Davi] pu<strong>de</strong>sse, por palavras e por feitos, cumprir sua<br />

vocação.<br />

Ao asseverar: a ti, ó Jehovah, cantarei salmos, ele reconhece que<br />

era pelo favor <strong>de</strong> Deus que ele fora <strong>de</strong>signado a um ofício tão eminente<br />

e honroso; pois que seria um ato <strong>de</strong> precipitada presunção ter-se<br />

lançado a ele, ce<strong>de</strong>ndo a um mero impulso <strong>de</strong> sua própria mente. Ele<br />

mui apropriadamente enfeixa todas as virtu<strong>de</strong>s principescas sob esses<br />

dois particulares: misericórdia e juízo. Pois como o principal <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

um rei é conferir a cada pessoa seu direito pessoal, assim ele também<br />

requeria para si a posse <strong>de</strong> um consi<strong>de</strong>rado amor e compaixão para<br />

com seus súditos. Salomão, portanto, diz com muita razão: “O trono é<br />

estabelecido pela justiça” [Pv 16.12].<br />

2. Portar-me-ei com prudência no caminho perfeito. Davi aqui<br />

mostra que consi<strong>de</strong>rava cuidadosamente quão pesado cargo lhe era<br />

imposto quando se tornasse rei <strong>de</strong> fato. Sabemos, e é uma verda<strong>de</strong> que<br />

a experiência nos ensina, que quase todos os reis se vêem intoxicados<br />

com os esplendores da realeza; e nos tempos <strong>de</strong> antanho usava-se<br />

um provérbio não sem fundamento: “Um rei tem <strong>de</strong> nascer ou nobre<br />

ou tolo.” É <strong>de</strong>veras um equívoco dizer que os reis nascem tolos. Os<br />

homens foram impelidos a usar tal terminologia porque comumente<br />

suce<strong>de</strong> que aqueles que são investidos com o governo dos reinos e<br />

impérios se tornam tolos e cabeças duras. E seguramente é um exemplo<br />

notável da vingança divina que bestas, e como tais totalmente<br />

indignas <strong>de</strong> figurar entre os humanos, comumente possuem o mais<br />

elevado grau <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>. Mas embora os reis não nasçam tolos,<br />

todavia se tornam tão embotados por sua dignida<strong>de</strong>, que acreditam<br />

não <strong>de</strong>ver nenhum respeito para com seus súditos, tornando-se ar-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!