31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

406 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que Deus é terribilíssimo na assembléia dos santos. Nestas palavras<br />

censura-se aquela diabólica superstição a que quase todos os homens<br />

se inclinam, a saber, <strong>de</strong> exaltar os anjos além da medida e sem razão<br />

alguma. Mas se os próprios anjos tremem e se enchem <strong>de</strong> temor diante<br />

da Majesta<strong>de</strong> Divina, por que não seriam os mesmos consi<strong>de</strong>rados<br />

como súditos e mantidos em sua própria categoria, para que unicamente<br />

Deus tenha para si a soberania exclusiva? Além do mais, quando<br />

são representados como a ro<strong>de</strong>ar a Deus, significa que ro<strong>de</strong>iam seu<br />

trono régio como guarda-costas, e se acham preparados a executar<br />

suas or<strong>de</strong>ns. No versículo subseqüente, a mesma coisa se repete uma<br />

vez mais: Quem, como tu, é Deus po<strong>de</strong>roso? E isso se faz para que,<br />

pelo menos, o temor da Majesta<strong>de</strong> Divina nos ensine a precaver-nos <strong>de</strong><br />

usurpá-lo da honra que lhe pertence com exclusivida<strong>de</strong>. Entretanto,<br />

para que não sejamos impedidos <strong>de</strong> aproximar-nos <strong>de</strong>le em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

temor <strong>de</strong>masiado, alguma porção <strong>de</strong> doçura é misturada a esta <strong>de</strong>scrição,<br />

quando se <strong>de</strong>clara: sua verda<strong>de</strong> será vista a ro<strong>de</strong>á-lo <strong>de</strong> todos<br />

os lados, pelo quê <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r que Deus é sempre inamovível<br />

em suas promessas, e sejam quais forem as mudanças que porventura<br />

ocorram, não obstante ele continua invariavelmente verda<strong>de</strong>iro, tanto<br />

diante como atrás, à direita e à esquerda. 9<br />

[vv. 9-14]<br />

Tu governas o ímpeto do mar; quando suas ondas se levantam, tu as amainas.<br />

Subverteste o Egito como a um homem ferido; 10 com teu po<strong>de</strong>roso<br />

9 A explicação <strong>de</strong> Hammond das palavras E tua verda<strong>de</strong> te ro<strong>de</strong>ia comunica uma idéia notável<br />

e bela. “A elegância da frase (que é poética) parece ser extraída”, diz ele, “do estilo dos anjos [v.<br />

7], sendo <strong>de</strong>scritos como a ro<strong>de</strong>ar o trono <strong>de</strong> Deus; significando que, como servem a Deus e executam<br />

sua vonta<strong>de</strong>, assim, muito acima da força daqueles, a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, seu cuidado em<br />

concretizar sua promessa exatamente como o envolve, está sempre disposto a fazer tudo aquilo<br />

que já prometeu fazer.” – Hammond.<br />

10 Horsley traduz a frase assim: Tu esmagaste Raabe para que ela se ponha a gritar com suas<br />

feridas. E redige a seguinte nota: “A palavra llj [se ponha a gritar com suas feridas], como usada<br />

aqui e no Salmo 88.5, significa não uma carcaça sem vida, mas uma pessoa abandonada para<br />

morrer, se <strong>de</strong>batendo em suas feridas, no campo <strong>de</strong> batalha; uma pessoa tão ferida que jaz caída e<br />

incapaz <strong>de</strong> levantar-se e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se ou ferir seu inimigo. Correspon<strong>de</strong> exatamente à palavra grega<br />

traumatiaj na tradução da LXX. Não temos palavra correspon<strong>de</strong>nte em nosso idioma.” Dr. Adam<br />

Clarke redige assim: “Tu, como um herói, lançaste por terra o Egito”; e observa: “Dr. Kennicott pro-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!