31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

458 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

cura. Além disso, Moisés avalia a obra <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> com<br />

a promessa divina; e ao fazer isso ele confirma que ela será imperfeita<br />

e incompleta, a menos que ele continue a aplicar sua graça até o fim.<br />

Isso é expresso ainda mais claramente na segunda frase do versículo,<br />

na qual ele ora não só pelo bem-estar <strong>de</strong> sua própria geração, mas<br />

também pelo bem-estar da geração ainda por nascer. Seu exercício assim<br />

correspon<strong>de</strong> à fórmula do pacto: “E estabelecerei minha aliança<br />

entre mim e ti, e a tua <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ti, em suas gerações,<br />

por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e a tua <strong>de</strong>scendência<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ti” [Gn 17.7]. Por meio <strong>de</strong>sse exemplo somos ensinados que<br />

em nossas orações <strong>de</strong>vemos esten<strong>de</strong>r nossa preocupação aos que virão<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> nós. Como Deus prometeu que a Igreja seria perpetuada<br />

até o fim do mundo – um tema que atraiu nossa atenção no Salmo prece<strong>de</strong>nte<br />

– isso <strong>de</strong>ve, <strong>de</strong> uma maneira especial, guiar-nos em todas as<br />

orações pelas quais encomendamo-lhe o bem-estar da Igreja, incluindo,<br />

ao mesmo tempo, nossa posterida<strong>de</strong> que ainda está por nascer.<br />

Além do mais, <strong>de</strong>vem-se ter em particular observação as palavras glória<br />

e formosura; das quais apren<strong>de</strong>mos que o amor que Deus nutre por<br />

nós é sem paralelo. Ainda que para enriquecer-nos com seus dons ele<br />

nada lucre para si mesmo, todavia, ao interessar-se prodigamente por<br />

nós, o esplendor e a beleza <strong>de</strong> seu caráter se manifestam, como se sua<br />

formosura estivesse obscurecida quando ele cessa <strong>de</strong> nos fazer o bem.<br />

Na frase imediatamente prece<strong>de</strong>nte, Dirige sobre nós a obra <strong>de</strong><br />

nossas mãos, Moisés notifica que não po<strong>de</strong>mos empreen<strong>de</strong>r ou tentar<br />

nada com o prospecto <strong>de</strong> sucesso, a menos que Deus se faça nosso<br />

guia e conselheiro e nos governe por meio <strong>de</strong> seu Espírito. Don<strong>de</strong><br />

se segue que a razão por que os empreendimentos e esforços dos<br />

homens profanos têm um <strong>de</strong>sastroso resultado é que eles, não seguindo<br />

a Deus, pervertem toda a or<strong>de</strong>m e lançam tudo em confusão.<br />

Tampouco é supérflua a palavra wnylu, alenu, sobre nós; pois embora<br />

Deus no fim converta em bem tudo quanto Satanás e os réprobos<br />

tramam e praticam contra ele ou seu povo, todavia a Igreja, em cujo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!