31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

126 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

rido. Visto, porém, ser provável que hajam muitos <strong>Salmos</strong> que foram<br />

compostos por diferentes autores <strong>de</strong>pois da morte <strong>de</strong> Davi, este Salmo,<br />

não tenho dúvida, é um <strong>de</strong> seu número. Que calamida<strong>de</strong> é aqui<br />

retratada não é fácil <strong>de</strong>terminar com precisão. Sobre este ponto há<br />

duas opiniões. Há quem supõe que a referência é àquele período da<br />

história judaica em que a cida<strong>de</strong> e o templo foram <strong>de</strong>struídos, e em<br />

que o povo foi levado cativo para Babilônia sob o rei Nabucodonosor; 1<br />

e outros, que ele se relaciona com o período quando o templo foi profanado,<br />

sob Antíoco Epífanes. Há alguma plausibilida<strong>de</strong> em ambas essas<br />

opiniões. À luz do fato <strong>de</strong> que os fiéis aqui se queixem <strong>de</strong> estar agora<br />

sem sinais e sem profetas, a segunda opinião pareceria a mais provável;<br />

pois é bem conhecido que muitos profetas floresceram quando o<br />

povo foi levado para o cativeiro. Em contrapartida, quando se diz um<br />

pouco antes que os santuários foram carbonizados, as obras <strong>de</strong> escultura<br />

<strong>de</strong>struídas, e que nada restou inteiro, essas afirmações não se<br />

aplicam à cruelda<strong>de</strong> e tirania <strong>de</strong> Antíoco. Deveras ele ignominiosamente<br />

contaminou o templo, introduzindo nele superstições pagãs; mas o<br />

edifício propriamente dito continuou intocado, e a ma<strong>de</strong>ira e pedras<br />

não foram naquele tempo consumidas pelo fogo. Há quem sustenta<br />

que pelo termo santuários <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r as sinagogas nas quais<br />

os ju<strong>de</strong>us costumavam manter suas santas assembléias, não só em Jerusalém,<br />

mas também nas outras cida<strong>de</strong>s da Judéia. É igualmente uma<br />

suposição que os fiéis, contemplando a terrível profanação do templo<br />

praticada por Antíoco, foram tomados por tal melancolia ante o espetáculo,<br />

que retroce<strong>de</strong>ram seus pensamentos para o tempo quando ele<br />

foi queimado pelos cal<strong>de</strong>us, e que enfeixaram as duas calamida<strong>de</strong>s<br />

1 Esta é a opinião <strong>de</strong> Calmet, Poole, Wells, Mant, Walford e outros. “Uma ocasião <strong>de</strong> melancolia”,<br />

diz Mant, “comemorada com uma elegia <strong>de</strong> ternura e queixume correspon<strong>de</strong>ntes. Seria difícil<br />

<strong>de</strong>nominar um espécimen mais excelente <strong>de</strong> poesia elegíaca do que este Salmo patético <strong>de</strong> Asafe.”<br />

Se foi composto durante o cativeiro babilônico, e se Asafe, cujo nome está no título, foi o autor<br />

<strong>de</strong>le, teria sido uma pessoa diferente do contemporâneo <strong>de</strong> Davi, previamente observado – provavelmente<br />

um <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte do mesmo nome e família. O dr. Gill crê que ele foi o Asafe do tempo <strong>de</strong><br />

Davi, e presume que sob a influência do espírito <strong>de</strong> profecia, ele po<strong>de</strong>ria falar dos sofrimentos da<br />

Igreja em épocas posteriores, assim como Davi e outros testificaram <strong>de</strong> antemão dos sofrimentos<br />

<strong>de</strong> Cristo e da glória que os seguiria.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!