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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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246 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

resto do corpo da Igreja, mas que não mais tinha a arca <strong>de</strong> seu concerto<br />

residindo <strong>de</strong>ntro das fronteiras daquela tribo. A tribo <strong>de</strong> Efraim<br />

é aqui contraposta à tribo <strong>de</strong> Judá, em cujos termos Deus mais tar<strong>de</strong><br />

escolheu para si um lugar <strong>de</strong> repouso.<br />

Assim o profeta prossegue mostrando que, quando a arca do concerto<br />

teve para si um lugar <strong>de</strong>signado <strong>de</strong> repouso no monte Sião, o<br />

povo foi <strong>de</strong> certo modo renovado. E com esse símbolo <strong>de</strong> reconciliação,<br />

uma vez restaurado, recobraram o favor divino do qual haviam<br />

apostatado. Como Deus fora, por assim dizer, banido do reino, e sua<br />

força levada para o cativeiro através dos pecados dos israelitas, eles<br />

tinham necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser instruídos, por meio <strong>de</strong>sse memorial, que<br />

Deus estivera extremamente <strong>de</strong>sgostoso com sua perversida<strong>de</strong>, ao<br />

ponto <strong>de</strong> não mais po<strong>de</strong>r olhar para o lugar no qual habitara anteriormente.<br />

Depois <strong>de</strong>ssa separação, embora ensinasse ao povo a pôr-se<br />

em guarda no futuro e não houvesse uma plena e perfeita restituição,<br />

contudo Deus novamente escolheu uma residência fixa para sua arca,<br />

o que era uma manifestação da maravilhosa bonda<strong>de</strong> e mercê <strong>de</strong> sua<br />

parte. A arca, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seu retorno, foi levada <strong>de</strong> um lugar para outro,<br />

para Gate, Ecrom e outros lugares, até que o monte Sião fosse <strong>de</strong>signado,<br />

por meio <strong>de</strong> um oráculo, como sua morada fixa. Mas esse período<br />

intermédio não é levado em conta pelo profeta, porque seu <strong>de</strong>sígnio<br />

não era outro senão imprimir na memória tanto o exemplo quanto o<br />

castigo, e que a graça era maior do que alguém po<strong>de</strong>ria aventurar-se a<br />

esperar. 61 Aquilo que amiú<strong>de</strong> é reiterado por Moisés também <strong>de</strong>ve ser<br />

lembrado: “Mas o lugar que o Senhor vosso Deus escolher <strong>de</strong> todas as<br />

vossas tribos, para ali pôr seu nome, buscareis, para sua habitação,<br />

e ali vivereis” [Dt 12.5]. Havendo Silo adquirido tal renome, quando<br />

a arca foi levada para o país dos inimigos <strong>de</strong> Israel, as mentes dos<br />

homens ficaram inusitadamente perplexas, até que conheceram o lugar<br />

que Deus escolhera para sua futura residência. As <strong>de</strong>z tribos não<br />

foram naquele tempo rejeitadas, e eles tinham um igual interesse pelo<br />

61 “La grace <strong>de</strong> Dieu plus gran<strong>de</strong> qu’on n’eust osé esperer.” – v.f.

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