31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

166 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

viram tão incapazes <strong>de</strong> lutar como se suas mãos per<strong>de</strong>ssem o vigor ou<br />

fossem cortadas. Em suma, sua força, da qual se vangloriavam, ficou<br />

completamente aniquilada. As palavras, dormiram seu sono, 10 se referem<br />

ao mesmo assunto; implicando que, embora antes se mostrassem<br />

ativos e resolutos, agora seus corações <strong>de</strong>sfalecem e mergulham em<br />

profundo sono, entorpecidos e sem po<strong>de</strong>r ouvir. O significado, pois,<br />

é que os inimigos do povo eleito se viram privados daquela coragem<br />

heróica da qual se blasonavam e a qual lhes inspirava tanta audácia; e<br />

que, conseqüentemente, nem a mente, nem o coração, nem as mãos,<br />

tampouco suas faculda<strong>de</strong>s mentais ou corporais, pu<strong>de</strong>ram exercer sua<br />

função. Somos assim instruídos que todos os dons e po<strong>de</strong>r que os<br />

homens parecem possuir estão nas mãos <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong> modo que ele<br />

po<strong>de</strong>, em qualquer ápice <strong>de</strong> tempo, privá-los da sabedoria que lhes foi<br />

outorgada, fazendo seus corações efeminados e tornando suas mãos<br />

sem vigor para a guerra e toda sua força aniquilada. Não é sem razão<br />

que tanto a coragem quanto o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sses inimigos sejam magnificados;<br />

o <strong>de</strong>sígnio disso é para que os fiéis fossem guiados, à guisa <strong>de</strong><br />

contraste, a enaltecer o po<strong>de</strong>r e a operação <strong>de</strong> Deus. O mesmo tema<br />

é ainda mais confirmado à luz da afirmação <strong>de</strong> que os carros e os cavalos<br />

caíram em profundo sono à repreensão <strong>de</strong> Deus. 11 Significa isso<br />

que qualquer que seja a ativida<strong>de</strong> caracterizada por esses inimigos,<br />

ela tornou-se impotente, simplesmente pelo aceno <strong>de</strong> Deus. Portanto,<br />

– Hammond. A paráfrase caldaica é: “Não pu<strong>de</strong>ram segurar suas espadas em suas mãos”, ou, seja,<br />

não pu<strong>de</strong>ram usar suas mãos para manejar suas armas. Na Septuaginta, temos a seguinte redação:<br />

εὕρον οὐδὲν ταῖς χερσιν αὐτῶν; “nada encontraram com suas mãos”, ou, seja, foram incapazes <strong>de</strong><br />

fazer algo com elas; o vasto exército dos assírios, o mais po<strong>de</strong>roso e vitorioso exército então no<br />

mundo, nada efetuou, senão “regressar envergonhados a sua própria terra” [2Cr 32.21].<br />

10 “Dormiram seu sono.” “Dormiram, porém jamais voltaram a <strong>de</strong>spertar-se.” – Hammond. É<br />

possível que aqui tenha havido uma alusão à catástrofe que recaiu sobre o exército assírio durante<br />

a noite, quando, como se <strong>de</strong> repente adormecessem em suas tendas, cento e oitenta e cinco mil<br />

<strong>de</strong>les fossem mortos [Is 37.36].<br />

11 O carro e o cavalo po<strong>de</strong>m ser expressos poeticamente cocheiros e cavaleiros. Os carros<br />

formavam uma parte muito importante no aparato bélico das batalhas dos povos antigos. Veja-se<br />

Juízes 4.3. Em vez <strong>de</strong> “tanto os carros quanto os cavalos”, Horsley traduz: “tanto os cavaleiros<br />

quanto os cavalos.” “Não é improvável”, diz ele, “que a pestilência que atingiu o exército <strong>de</strong> Senaqueribe<br />

se apo<strong>de</strong>rasse dos cavalos e dos homens, embora a morte dos animais não seja mencionada<br />

pelo historiador sacro.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!