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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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226 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

sujeitos à corrupção e putrefação; e espírito, que eles não passam <strong>de</strong><br />

fôlego ou sombra evanescente. Como os homens chegam à morte através<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e <strong>de</strong>cadência contínuos, o ser humano é comparado a<br />

um vento que passa e que, em sua solidarieda<strong>de</strong>, cai e não volta mais.<br />

Quando tivermos concluído nossa carreira, não começamos uma nova<br />

vida na terra; ainda quando disse Jó [14.7-10]: “Porque há esperança<br />

para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão<br />

seus renovos. Se envelhecer na terra sua raiz, e seu tronco morrer<br />

no pó, ao cheiro das águas brotará e dará ramos como uma planta.<br />

Morto o homem, porém, é consumido; sim, ren<strong>de</strong>ndo o homem o espírito,<br />

então on<strong>de</strong> está ele?” O significado, pois, como po<strong>de</strong>mos agora<br />

claramente perceber, é que Deus, no exercício <strong>de</strong> sua misericórdia e<br />

benevolência, privou com os ju<strong>de</strong>us, não porque mereciam isso, mas<br />

porque sua condição <strong>de</strong>solada e transitória <strong>de</strong>spertou sua pieda<strong>de</strong> e o<br />

induziu a perdoá-los. Mais adiante nos <strong>de</strong>pararemos com uma afirmação<br />

quase similar no Salmo 103.13-16, on<strong>de</strong> Deus é representado como<br />

sendo misericordioso para conosco, pelo fato <strong>de</strong> ver que somos como<br />

a relva, e que logo murchamos e secamos como o feno. Ora, se Deus<br />

nada vê em nós senão miséria a <strong>de</strong>spertar sua compaixão, segue-se<br />

que é tão-somente sua pura e imerecida bonda<strong>de</strong> que o induz a sustentar-nos.<br />

Quando se afirma que os homens não voltam, ao concluir<br />

o curso <strong>de</strong> sua vida neste mundo, não se preten<strong>de</strong> excluir a esperança<br />

<strong>de</strong> uma ressurreição futura; porquanto os homens são contemplados<br />

simplesmente como são agora em si mesmos, e é meramente <strong>de</strong> seu<br />

estado sobre a terra do que se fala aqui. Com respeito à renovação do<br />

homem à vida celestial, ela é um milagre que vai muito além da própria<br />

natureza. No mesmo sentido se diz, em outro lugar: “Seu espírito sai, e<br />

não volta” [Sabedoria 16.14]; linguagem que significa que os homens,<br />

quando nascem no mundo, não trazem consigo a esperança <strong>de</strong> restauração<br />

futura, a qual se <strong>de</strong>riva da graça da regeneração.<br />

40. Quantas vezes o provocaram no <strong>de</strong>serto! Aqui a sentença<br />

prece<strong>de</strong>nte é confirmada, sendo <strong>de</strong>clarado que, como tinham em tantos<br />

casos provocado a Deus no <strong>de</strong>serto mediante o vasto acúmulo <strong>de</strong>

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