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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 94 • 511<br />

se <strong>de</strong>sviara um mínimo sequer, em sua providência, da mais estrita<br />

retidão; mas simplesmente que nem sempre há aquela harmonia<br />

e arranjo que po<strong>de</strong>riam tornar sua justiça evi<strong>de</strong>nte aos olhos humanos,<br />

e a correção <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> é aqui chamada retidão<br />

governamental. 19 Como a luz do sol que à noite está oculta da vista,<br />

ou durante um tempo nublado, assim quando o ímpio persegue o<br />

justo e lhe é permitido praticar iniqüida<strong>de</strong> sem restrição, a justiça<br />

divina é obscurecida pelas nuvens que assim se interpõem entre<br />

nós e a providência <strong>de</strong> Deus, e o juízo <strong>de</strong> certa maneira fica separado<br />

da justiça. Mas quando as coisas são trazidas <strong>de</strong> volta a seu<br />

estado natural, a justiça e o governo são vistos juntos em perfeita<br />

harmonia na igualda<strong>de</strong> que prevalece. 20 A fé, sem dúvida, nos <strong>de</strong>ve<br />

capacitar a discernir a justiça <strong>de</strong> Deus mesmo quando as coisas se<br />

acham envoltas por escurida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m; mas a passagem fala<br />

do que seria óbvio aos sentidos e à observação real, e assevera<br />

que a justiça <strong>de</strong> Deus brilharia como o céu quando tudo for calmo<br />

e sereno.<br />

E todos os que são retos <strong>de</strong> coração irão após ele. Alguns lêem<br />

após ela, isto é, após a justiça. Mas, como por justiça aqui <strong>de</strong>vemos<br />

enten<strong>de</strong>r o governo harmonioso com base na igualda<strong>de</strong> que<br />

prevalece quando Deus toma vingança contra os ímpios e livra seu<br />

próprio povo, esta tradução dificilmente se a<strong>de</strong>quará. Ao contrário,<br />

parece que Deus mesmo está subentendido, <strong>de</strong> modo que o relativo<br />

é aqui sem um antece<strong>de</strong>nte. No hebraico, quando se faz menção <strong>de</strong><br />

Deus, o relativo não é raramente expresso no lugar do nome. As palavras,<br />

pois, significam que, ao restaurar Deus a or<strong>de</strong>m no mundo,<br />

seu povo seria encorajado a segui-lo com maior alacrida<strong>de</strong>. Mesmo<br />

quando chamados a suportar a cruz, suspiram após ele mergulha-<br />

19 “Mais pource qu’au regard <strong>de</strong>s hommes ou ne voit pas tousjours une telle mo<strong>de</strong>ration ou<br />

temperature que sa justice soit apparente; laquelle est nommee Gouvernement juste, apres que<br />

l’inequalite est corrigee.” – v.f.<br />

20 “On voit un tresbon accord entre la domination et justice en une equalite bien mo<strong>de</strong>ree.”<br />

– v.f.

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