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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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20 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

perado que <strong>de</strong>ve ter abrandado até mesmo o mais duro aço. Com tal<br />

circunstância ele, contudo, pretendia mostrar que era oprimido com<br />

violência tão extrema, pela pertinácia <strong>de</strong> seus inimigos, que não ousou<br />

nem mesmo abrir sua boca para articular uma única palavra em <strong>de</strong>fesa<br />

da causa <strong>de</strong> Deus, e nenhum outro meio lhe restou para <strong>de</strong>fendê-la,<br />

senão prantear e gemer. Ele foi privado, como bem o sabemos, da liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dar vazão às emoções <strong>de</strong> seu coração; do contrário suas<br />

palavras, como sendo as <strong>de</strong> um con<strong>de</strong>nado, teriam sido repelidas com<br />

cruéis afrontas. Foi uma prova da mais ingente constância quando ele,<br />

em tais circunstâncias, continuava a ar<strong>de</strong>r em zelo tão inquebrantável<br />

como nunca, e perseverou na dor voluntária que havia abraçado com<br />

vistas a manter a honra e a glória <strong>de</strong> Deus. Conseqüentemente, ele <strong>de</strong>clara<br />

que chorou, sua alma jejuou e que se vestira <strong>de</strong> cilício; o que era<br />

emblema <strong>de</strong> profunda dor entre os ju<strong>de</strong>us. Seus inimigos, porém, converteram<br />

todos esses sentimentos em motejo e pilhéria; 15 à luz do quê<br />

se manifesta que se empolgaram com a fúria dos <strong>de</strong>mônios. É muito<br />

importante que nos fortifiquemos com tal exemplo, para que nos dias<br />

atuais não nos sintamos <strong>de</strong>sencorajados quando nos <strong>de</strong>paramos com<br />

a mesma perversida<strong>de</strong> pela qual os inimigos do evangelho provam ser<br />

mais diabos do que seres humanos. Entretanto, <strong>de</strong>vemos precaver-nos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rramar azeite sobre o fogo que ora já ar<strong>de</strong> com extrema ferocida<strong>de</strong>,<br />

e que imitemos antes a Davi e Ló que, embora não estivessem<br />

livres para repreen<strong>de</strong>r os ímpios, todavia sentiam profunda tristeza<br />

em seu coração. E ainda quando os ímpios são constrangidos a nos<br />

ouvir, a mansidão e a humilda<strong>de</strong> serão um po<strong>de</strong>roso meio, ou, melhor,<br />

serão a melhor pon<strong>de</strong>ração para temperar o santo zelo. Os que concebem<br />

Davi como a insinuar que se resignara a sofrer punição no lugar<br />

ou em favor <strong>de</strong> seus inimigos, tentam buscar apoio para sua opinião<br />

no fato <strong>de</strong> se haver ele vestido <strong>de</strong> cilício. Não obstante, eu o consi<strong>de</strong>ro<br />

mais simplesmente neste sentido: quando ele viu as coisas em tal<br />

15 “Que se converteu em minha afronta, isto é, tornou-se um motivo <strong>de</strong> afronta para mim.” –<br />

Cresswell.

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