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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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656 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tornar-se impossível que alguma coisa seja acrescida, abstraída ou<br />

melhorada. Esse enaltecimento é posto em contraste com as imaginações<br />

profanas que sobem a nossa mente quando somos incapazes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir os <strong>de</strong>sígnios <strong>de</strong> Deus em suas obras, como se <strong>de</strong> fato<br />

ele estivesse sujeito à estultícia como estamos nós, ao ponto <strong>de</strong> ter<br />

que suportar a repreensão dos que são cegos sem po<strong>de</strong>rem consi<strong>de</strong>rar<br />

suas obras. O profeta também, pelo mesmo louvor, reprova a<br />

<strong>de</strong>mência dos que sonham, como se o mundo fosse introduzido em<br />

sua presente forma pelo acaso, como Epicuro que <strong>de</strong>lirou sobre os<br />

elementos como sendo compostos meramente <strong>de</strong> átomos. Visto ser<br />

uma imaginação mais que irracional supor que uma estrutura tão<br />

elegante, e <strong>de</strong> uma beleza tão fascinante, fosse reunida pelo fortuito<br />

concurso <strong>de</strong> átomos, o profeta aqui nos concita a atentar mais<br />

<strong>de</strong>tidamente para a sabedoria <strong>de</strong> Deus e para aquela maravilhosa<br />

habilida<strong>de</strong> que se manifesta em todo o governo do mundo. Sob o<br />

termo riquezas se compreen<strong>de</strong>m a bonda<strong>de</strong> e a beneficência divinas;<br />

pois não foi para si mesmo que ele tão ricamente reabasteceu<br />

a terra, mas por nossa causa, para que nada que contribua para<br />

nosso proveito estivesse ausente. Devemos saber que a terra não<br />

possui tal fertilida<strong>de</strong> e riquezas provindas <strong>de</strong>la mesma, mas unicamente<br />

pela bênção <strong>de</strong> Deus, que a faz o meio <strong>de</strong> administrar-nos sua<br />

liberalida<strong>de</strong>.<br />

25. Gran<strong>de</strong> é este mar e mui espaçoso. Depois <strong>de</strong> haver tratado<br />

das evidências que a terra propicia da glória <strong>de</strong> Deus, o profeta <strong>de</strong>sce<br />

ao mar e nos ensina que ele é um novo espelho no qual po<strong>de</strong>mos<br />

visualizar o po<strong>de</strong>r e a sabedoria divinos. Ainda que o mar não fosse<br />

habitado por peixes, mesmo assim a mera visão <strong>de</strong> sua vastidão excitaria<br />

nossa admiração, especialmente quando ele <strong>de</strong> tempo em tempo<br />

engrossa com ventos e tempesta<strong>de</strong>s e em outras ocasiões fica calmo<br />

e imperturbável. Além disso, embora a navegação seja uma arte que<br />

se tem adquirido pela habilida<strong>de</strong> do homem, todavia ela <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

providência <strong>de</strong> Deus, que tem concedido aos homens uma passagem<br />

pelos po<strong>de</strong>rosos abismos. Mas a abundância e varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes

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