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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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192 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

nuvens foram <strong>de</strong>rramadas. O significado obviamente é que não só o<br />

mar e o rio Jordão, mas também as águas que estavam suspensas<br />

nas nuvens, ren<strong>de</strong>ram a Deus a honra que é sua por direito, o ar,<br />

pela concussão do trovão, tendo <strong>de</strong>rramado copiosos aguaceiros. O<br />

objetivo é mostrar que, para qualquer ponto que os homens volvam<br />

seus olhos, a glória <strong>de</strong> Deus se manifesta <strong>de</strong> forma eminente, que é<br />

esse o caso em toda parte da criação, em cima e embaixo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />

alturas celestiais até aos abismos mais profundos dos mares. A que<br />

história se refere aqui é algo que se acha envolto em algum grau<br />

<strong>de</strong> incerteza. 19 Talvez seja aquela que se acha registrada em Êxodo<br />

9.23; sobre o quê somos informados que raios misturados com trovões<br />

e relâmpagos foram uma das medonhas pragas infligidas sobre<br />

os egípcios. As flechas que sibilavam por toda parte são, sem dúvida,<br />

uma forma metafórica para relâmpagos. Com este versículo <strong>de</strong>vemos<br />

conectar o seguinte: a voz do trovão foi ouvida no ar, e a dos<br />

relâmpagos iluminou o mundo, <strong>de</strong> modo que a terra tremeu. Equivale<br />

a isto: na saída do povo do Egito, <strong>de</strong>u-se amplo testemunho do<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, tanto aos olhos quanto aos ouvidos dos homens;<br />

estrépitos <strong>de</strong> trovão eram ouvidos em todos os recantos dos céus e<br />

todo o firmamento brilhava com os raios dos relâmpagos, enquanto<br />

ao mesmo tempo a terra se estremecia toda.<br />

19 Como nos três versículos prece<strong>de</strong>ntes o livramento egípcio do povo eleito, e o ato <strong>de</strong> secar<br />

o Mar Vermelho para fazer-lhes uma via <strong>de</strong> passagem para o outro lado, são temas celebrados, é<br />

muito natural supor que os versículos 17 e 18 se referem a chuva tempestuosa, a trovão, a relâmpago<br />

e a terremoto, pelos quais Deus testificou sua ira contra os egípcios e pelos aquela hoste<br />

implacável encheu-se <strong>de</strong> pavor, quando entraram no meio do Mar Vermelho após os israelitas.<br />

Dessas circunstâncias particulares realmente não temos uma informação distinta na narrativa <strong>de</strong><br />

Moisés; mas à luz <strong>de</strong> uma comparação do que aqui se <strong>de</strong>clara, com o que se diz em Êxodo 14.24: “E<br />

aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna <strong>de</strong> fogo e da nuvem, viu o campo dos<br />

egípcios; e alvoroçou os egípcios.” Parece muitíssimo provável que isso ocorreu naquela ocasião.<br />

Com isso correspon<strong>de</strong> a representação dada por Josefo <strong>de</strong>sta parte da História Judaica. “Assim<br />

que todo o exército egípcio se viu <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le, o mar fluiu <strong>de</strong> seu próprio lugar e <strong>de</strong>sceu com torrente<br />

oriunda <strong>de</strong> tempesta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vento e cobriu os egípcios. A aluvião <strong>de</strong> chuva também <strong>de</strong>sceu<br />

do céu e terríveis trovões e relâmpagos, com faíscas <strong>de</strong> fogo. Os trovões também ribombaram<br />

sobre eles; nem houve coisa alguma que costumava ser enviada por Deus sobre os homens como<br />

indicação <strong>de</strong> sua ira, que não ocorresse naquele tempo; porque uma noite trevosa e fantasmagórica<br />

<strong>de</strong>sceu sobre eles.” – Antigüida<strong>de</strong>s dos Ju<strong>de</strong>us, Livro II, cap. xvi, seção 3.

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