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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 100 • 575<br />

regeneração espiritual por meio da qual ele cria <strong>de</strong> novo sua imagem em<br />

seus eleitos. Os crentes são as pessoas sobre quem o profeta aqui <strong>de</strong>clara<br />

ser obra da mão <strong>de</strong> Deus, não que fossem feitos homens no ventre<br />

<strong>de</strong> sua própria mãe, porém no sentido que Paulo expressa em Efésios<br />

2.10, chamando-os To. poihma, feitura <strong>de</strong> Deus, porque são criados para<br />

as boas obras as quais <strong>de</strong> antemão Deus preparou para que andassem<br />

nelas. E <strong>de</strong> fato isso concorda melhor com o contexto subseqüente. Pois<br />

quando ele diz: Somos seu povo e ovelhas <strong>de</strong> seu pasto, evi<strong>de</strong>ntemente<br />

a referência é àquela graça inusitada que levou Deus a separar seus filhos<br />

como sua herança, a fim <strong>de</strong> que pu<strong>de</strong>sse, por assim dizer, alimentá-los<br />

<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> suas asas, o que é um privilégio muito mais excelente do que<br />

ser meramente nascidos como seres humanos. Qualquer pessoa estaria,<br />

porventura, disposta a vangloriar-se <strong>de</strong> ter sido transformada em um<br />

novo ser, sem sentir aversão ante a vil tentativa <strong>de</strong> roubar a Deus daquilo<br />

que lhe pertence? Nem <strong>de</strong>vemos atribuir esse nascimento espiritual<br />

a nossos pais terrenos, como se por seu próprio po<strong>de</strong>r nos gerassem:<br />

pois o que po<strong>de</strong>ria produzir uma semente corrompida? Não obstante, a<br />

maioria dos homens não hesita reivindicar para si todo o louvor da vida<br />

espiritual. O que mais querem <strong>de</strong>clarar os arautos do livre-arbítrio, senão<br />

dizer-nos que, por nosso próprio empenho, nós mesmos, filhos <strong>de</strong> Adão,<br />

nos tornamos filhos <strong>de</strong> Deus? Em oposição a isso o profeta, ao chamar-<br />

-nos povo <strong>de</strong> Deus, nos informa que provém <strong>de</strong> sua própria boa vonta<strong>de</strong> o<br />

fato <strong>de</strong> sermos espiritualmente regenerados. E ao <strong>de</strong>nominar-nos ovelhas<br />

<strong>de</strong> seu pasto, ele nos dá a conhecer que, através da mesma graça que uma<br />

vez nos foi comunicada, continuamos a salvos e intocáveis até o fim. A<br />

tradução po<strong>de</strong>ria ser diferente, a saber: ele nos fez seu povo etc. 1 Mas,<br />

como o significado não é alterado, retive aquela que veio a ser a redação<br />

geralmente mais aceita.<br />

1 O texto hebraico tem um keri, que é Wnj=n~a& w{lw+, “e somos seus”, em vez <strong>de</strong> Wnj=n~a& a{lw+, “e não <strong>de</strong><br />

nós mesmos”. A Septuaginta endossa a última redação, o ketib, kai. ouvc h`mei/j, “e não nós mesmos”;<br />

no que é seguida pelas versões Siríaca e Vulgata. Jerônimo concorda com o keri, Ipse fecit nos, et<br />

ipsius sumus; e assim a Caldaica. “Estou persuadido”, diz Lowth, em Merrick’s Annotations, “que a<br />

correção massorética, wlw (e somos seus), é correta; a construção e o paralelismo a favorecem.”

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