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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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556 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

rer à vingança e aos métodos ilícitos <strong>de</strong> escape, o salmista nos põe<br />

em guarda contra tal tentação, asseverando que Deus é o guardador<br />

e protetor <strong>de</strong> seu povo. Se nos persuadirmos <strong>de</strong> que estamos sob a<br />

guarda divina, não nos digladiaremos com os perversos, nem retaliaremos<br />

as injúrias daqueles que nos causam injustiça; mas confiaremos<br />

nossa segurança àquele que fielmente a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rá. Esse gracioso ato<br />

<strong>de</strong> con<strong>de</strong>scendência, pelo qual Deus nos toma sob sua guarda, servirá<br />

como um freio contra qualquer impaciência que porventura sentamos<br />

na luta contra o mal 9 e na preservação do curso da integrida<strong>de</strong> sob<br />

qualquer provocação.<br />

11. Semeia-se luz para os justos. Ele confirma a verda<strong>de</strong> em andamento<br />

e antecipa uma objeção que po<strong>de</strong>ria surgir contra ela. Já vimos<br />

que o povo do Senhor é amiú<strong>de</strong> ameaçado com a máxima cruelda<strong>de</strong> e<br />

injustiça e às vezes parece estar abandonado à fúria <strong>de</strong> seus inimigos.<br />

O salmista nos lembra, para nosso encorajamento, que Deus, mesmo<br />

quando não livra imediatamente seus filhos, os prepara com seu po<strong>de</strong>r<br />

secreto. 10 Na primeira sentença do versículo há uma metáfora dupla.<br />

Por luz se quer dizer alegria ou um resultado próspero (segundo a<br />

fraseologia comum da Escritura), como trevas <strong>de</strong>notam adversida<strong>de</strong>.<br />

A segunda metáfora é semear, <strong>de</strong> compreensão bem mais difícil. 11 Alguns<br />

pensam que a alegria é semeada para os justos como a semente<br />

que, quando lançada ao solo, morre ou é sepultada na terra por um<br />

9 “De nous tenir en bri<strong>de</strong>, <strong>de</strong> peur qu’il ne nous soit fascheux ou grief <strong>de</strong> nous abstenir <strong>de</strong><br />

malice” etc. – v.f.<br />

10 “Quamvis non statim suos liberet Deus, arcana tamen virtute tucri corum salutem.” – v.l.<br />

11 Walford objeta contra a versão semeia-se luz, sobre a base <strong>de</strong> que ela apresenta uma incongruente<br />

combinação <strong>de</strong> figuras; e a traduz: “a luz é difundida”. “Quem po<strong>de</strong> dizer”, observa ele,<br />

“o que está implícito por semeia-se luz? A difusão ou expansão da luz é inteligível e significa que,<br />

embora os homens bons estejam em trevas ou em meio a adiversida<strong>de</strong>s, a luz e a prosperida<strong>de</strong><br />

surgirão através das nuvens.” A Septuaginta, a Vulgata, a Siríaca e a Etiópica traduzem: “<strong>de</strong>sponta-<br />

-se a luz para os justos”, provavelmente lendo jrz, zarach, que De Rossi encontrou em um manuscrito,<br />

em vez <strong>de</strong> urz, zara. Houbigant e outros adotam esta redação, crendo ser ela mais plausível<br />

à idéia comum <strong>de</strong> luz. Muis, porém, vindica o texto do Salmo 126.5; e Secker crê que ‘semear’ é<br />

uma expressão muito própria. Em abono da mesma redação, Merrick, em suas Anotações, cita<br />

várias passagens dos autores gregos clássicos, nas quais tanto luz quanto alegria são expressas<br />

em termos <strong>de</strong> semear.

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