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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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228 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 42-51]<br />

Não se lembram <strong>de</strong> sua mão, nem do dia em que os livrou do opressor; 37<br />

quando pôs seus sinais no Egito e seus milagres no campo <strong>de</strong> Zoã. Quando<br />

converteu seus rios em sangue; e seus mananciais, para que não pu<strong>de</strong>ssem<br />

beber. Enviou entre eles uma mistura 38 que os <strong>de</strong>vorou; e rãs que<br />

os <strong>de</strong>struíram. E <strong>de</strong>u seu fruto [ou produto] às lagartas; 39 e seu labor ao<br />

37 Ou, seja: Faraó, como o <strong>de</strong>monstra o próximo versículo. Veja-se Salmo 107.2.<br />

38 Esta é uma tradução literal da palavra original bru, arob, que se <strong>de</strong>riva do verbo bru, arab,<br />

ele misturou. Não há acordo entre os intérpretes quanto ao significado <strong>de</strong>ste nome dado aqui,<br />

e em Êxodo 8.21, e no Salmo 105.31 uma das pragas que caíram sobre os egípcios. A Caldaica<br />

traz “um misto <strong>de</strong> criaturas vivas da floresta”. “Uma mistura; uma coleção mista <strong>de</strong> animais”, diz<br />

Bythner. Em nossa Bíblia inglesa temos “diversos tipos <strong>de</strong> moscas”. Outros traduzem “enxames <strong>de</strong><br />

moscas”. Mant traduz “a mosca <strong>de</strong>voradora”; Fry, simplesmente “a mosca”; e Walford: “a mutuca”.<br />

“A Septuaginta”, diz Mant, “traduziu a palavra original traduzida por ‘mosca’, quando expressa em<br />

relação à praga egípica, constantemente por κυνομυία, ‘mosca <strong>de</strong> cão’; por isso se torna evi<strong>de</strong>nte<br />

que os tradutores pensem nela como alguma espécie <strong>de</strong> mosca, em oposição aos que endossam<br />

a opinião <strong>de</strong> que significava ‘toda sorte <strong>de</strong> moscas’. (Veja-se Parkhurst sobre bru.) Que espécie<br />

particular se pretendia tem havido muita dúvida. Bruce, contudo, parece ter <strong>de</strong>cidido a questão e<br />

<strong>de</strong>terminado que o inseto era uma mosca da Etiópia, chamada zimb, da qual ele apresentou uma<br />

<strong>de</strong>scrição particular. Alguns <strong>de</strong> seus efeitos são assim representados por ele: ‘Assim que essa<br />

praga aparece e se ouve seu zumbido, todo o gado esquece sua comida e corre selvagemente pela<br />

planície até morrer, extenuado pela fadiga, medo e fome. Nenhum remédio existe senão <strong>de</strong>ixar a<br />

terra negra e correr para as areias <strong>de</strong> Atbara; e ali ficam enquanto durarem as chuvas, e este cruel<br />

inimigo não mais ouse persegui-los. Embora seu tamanho seja imenso, como também sua força e<br />

seu corpo coberto com pele grossa, <strong>de</strong>fendida por pelos fortes, contudo mesmo os camelos não<br />

são capazes <strong>de</strong> suportar as violentas picadas que a mosca faz com seus probósci<strong>de</strong>s pontiagudos.<br />

Uma vez atacados por essa mosca, seu corpo, cabeça e pernas, prorrompendo em gran<strong>de</strong>s protuberâncias,<br />

com inchaço, tumores e putrefação, por certo que a criatura é <strong>de</strong>struída. Mesmo o<br />

elefante e o rinoceronte que, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu enorme corpanzil e a vasta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comida<br />

e água <strong>de</strong> que necessitam diariamente, não po<strong>de</strong>m galgar os <strong>de</strong>sertos e lugares secos, segundo o<br />

tempo requeira, se vêem obrigados a rolar na lama e lodo, os quais, quando secam, formam uma<br />

espécie <strong>de</strong> armadura e lhes possibilitam a suportar esse assassino alado’.” – Mant.<br />

39 lysj, chasil, que se <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> lsj, chasal, consumir, <strong>de</strong>vorar, <strong>de</strong>nota uma espécie <strong>de</strong> inseto, assim<br />

chamado em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>vorar os frutos da terra. Mas estamos tão pouco familiarizados com<br />

as várias espécies <strong>de</strong> insetos <strong>de</strong>strutivos que <strong>de</strong>vastam os países orientais, que é um tanto difícil<br />

<strong>de</strong>terminar as espécies particulares implícitas por este termo. Ele se distingue do gafanhoto na<br />

oração <strong>de</strong> Salomão durante a <strong>de</strong>dicação do templo [2Cr 6.28] e em Joel [1.4], on<strong>de</strong> é mencionado<br />

como a <strong>de</strong>vorar o que os gafanhotos <strong>de</strong>ixaram. Harmer endossa a opinião <strong>de</strong> que é uma espécie<br />

<strong>de</strong> inseto hoje chamado sim, na Pérsia, referido no seguinte extrato das viagens <strong>de</strong> Sir John Chardin:<br />

“A Pérsia está sujeita a ter suas colheitas <strong>de</strong>struídas pela saraiva, pela seca e pelos insetos,<br />

sejam gafanhotos ou pequenos insetos a que chamam sim, que são pequenos piolhos brancos,<br />

os quais se fixam no pé do talo do trigo, <strong>de</strong>vorando-o e fazendo-o morrer. É raro um ano que se<br />

vêem isentos <strong>de</strong> um ou outro <strong>de</strong>sses flagelos, os quais afetam as terras aradas e os jardins” etc.<br />

Harmer observa ainda: “A enumeração feita por Salomão, e que este escritor mo<strong>de</strong>rno, embora<br />

não exatamente, todavia tão semelhante um do outro, que se veria inclinado a crer que esses pequenos<br />

insetos são o que Salomão tinha em mente pela palavra [lysj, chasil] traduzida ‘lagartas’<br />

em nossa versão inglesa.” – Harmer,s Observations, vol. iii. p. 316. lysj, chasil, é traduzida broucoj,

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