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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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444 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ções selvagens e cruéis, e se viam expostos a injurioso tratamento em<br />

suas mãos – esta graça é enaltecida por Moisés em termos mui notáveis,<br />

ao representar ele a Deus como uma morada ou habitação para<br />

esses pobres fugitivos que estavam sempre vagueando <strong>de</strong> um lugar a<br />

outro em busca <strong>de</strong> abrigos. Ele magnifica esta graça <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo<br />

quando ela passou a ser exercida; pois Deus não cessou <strong>de</strong> preservá-<br />

-los e <strong>de</strong>fendê-los pelo espaço <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> quatrocentos anos, tempo<br />

esse durante o qual habitaram sob as asas <strong>de</strong> sua proteção.<br />

2. Antes que os montes viessem à existência. Moisés preten<strong>de</strong><br />

relatar algum mistério sublime e oculto, e todavia parece expressar-<br />

-se <strong>de</strong> forma inconsistente e, por assim dizer, <strong>de</strong> uma maneira pueril.<br />

Pois, quem não sabe que Deus existia antes do mundo? Admitimos ser<br />

um fato o que todos os homens admitem; porém raramente encontraremos<br />

um em cem que seja plenamente persuadido <strong>de</strong> que Deus<br />

permanece imutavelmente o mesmo. Deus é aqui contrastado com os<br />

seres criados, os quais, como todos sabem, estão sujeitos a constantes<br />

mudanças, <strong>de</strong> modo que não há nada estável sob o céu. Como,<br />

<strong>de</strong> uma maneira particular, nada é mais cheio <strong>de</strong> vicissitu<strong>de</strong> do que<br />

a vida humana, para que os homens não formem juízo sobre a natureza<br />

<strong>de</strong> Deus com base em sua própria condição flutuante, ele é aqui<br />

posto num estado <strong>de</strong> tranqüilida<strong>de</strong> estável e imperturbável. Assim<br />

a eternida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que fala Moisés <strong>de</strong>ve referir-se não só à essência <strong>de</strong><br />

Deus, mas também a sua providência, por meio da qual ele governa o<br />

mundo. Embora ele sujeite o mundo a infindas alterações, ele mesmo<br />

permanece inamovível; e isso não só com respeito a sua pessoa em<br />

si, mas também com respeito aos fiéis, que à luz da experiência <strong>de</strong>scobrem<br />

que, em vez <strong>de</strong> viver em oscilação, ele é inabalável em seu<br />

po<strong>de</strong>r, verda<strong>de</strong>, justiça e bonda<strong>de</strong>, ainda quando assim tem sido <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o princípio. Essa estabilida<strong>de</strong> eterna e imutável <strong>de</strong> Deus não podia ser<br />

percebida antes da criação do mundo, já que ela existia quando ainda<br />

não existia nenhum olho para dar testemunho <strong>de</strong>la. Ela, porém, po<strong>de</strong><br />

ser <strong>de</strong>duzida a posteriori; pois enquanto todas as coisas estão sujeitas<br />

a evolução e incessante vicissitu<strong>de</strong>, sua natureza continua sempre a

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