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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 78 • 241<br />

62. E ele entregou seu povo à espada. Outras partes da calamida<strong>de</strong><br />

que sobreveio a Israel no tempo do sumo sacerdote Eli são<br />

aqui mencionadas. Deus, ao permitir que a arca fosse levada embora,<br />

mostrou que tinha subtraído <strong>de</strong>les seu favor. Isso foi também <strong>de</strong>monstrado<br />

pelo fato <strong>de</strong> que toda a fina flor do povo – aqueles que eram a<br />

aurora e albor do gênero humano – foi consumida pela ira divina, a<br />

qual é expressa como sendo o fogo que os <strong>de</strong>vorou. Mas tal linguagem<br />

é metafórica, como se faz evi<strong>de</strong>nte à luz da história do evento referido,<br />

o qual nos informa que os que pereceram, que eram <strong>de</strong>ntre os escolhidos<br />

<strong>de</strong> Israel, ao número <strong>de</strong> trinta mil homens, caíram à espada do<br />

inimigo e não pelo fogo [1Sm 4.10]. Esta figura realça a brusquidão da<br />

terrível calamida<strong>de</strong>. É como se ele dissesse: Foram <strong>de</strong>struídos num<br />

instante, como quando o fogo rapidamente consome a palha e as folhas<br />

secas das árvores. 55<br />

A gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong>ssa mortanda<strong>de</strong> é realçada por outra figura,<br />

ou, seja, que por falta <strong>de</strong> homens as donzelas continuaram solteiras.<br />

Este é o significado da sentença: Suas virgens não foram aplaudidas;<br />

sendo a referência aos cânticos nupciais que costumavam cantar nas<br />

núpcias em louvor da noiva. Para agravar ainda mais a natureza inusitada<br />

e aterradora da calamida<strong>de</strong>, acrescenta-se que até mesmo os<br />

sacerdotes, a quem Deus havia tomado sob sua proteção especial, pereceram<br />

indiscriminadamente junto com os <strong>de</strong>mais. Ao dizer que as<br />

viúvas não fizeram lamentações, explico isso como <strong>de</strong>notando ou que<br />

elas mesmas morreram primeiramente pela angústia, <strong>de</strong> modo que não<br />

tiveram oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prantear os outros, ou ainda que, quando<br />

levadas cativas por seus inimigos, foram proibidas <strong>de</strong> prantear. Com<br />

todas essas expressões, o objetivo é mostrar, em poucas palavras, que<br />

todos os tipos <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s se amontoaram sobre eles.<br />

65. O Senhor, porém, <strong>de</strong>spertou como alguém que dorme. Há<br />

quem enten<strong>de</strong> isso como uma referência aos israelitas, implicando<br />

55 “Que c’en a este fait en un moment, ainsi que le feu a incontinent consumé <strong>de</strong> la paille ou <strong>de</strong>s<br />

fueilles d’arbres bien seiches.” – v.f.

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