31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 102 • 589<br />

fica meditar, o substantivo <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong>le significa propriamente, neste<br />

lugar, meditação. Além do mais, é preciso observar que, com essas<br />

palavras, o salmista admoesta os israelitas quanto à constituição da<br />

mente quando costumavam usar esta forma <strong>de</strong> oração diante do trono<br />

da graça; como se dissesse que a prescreveu somente àqueles que se<br />

sentiam angustiados em virtu<strong>de</strong> da condição <strong>de</strong>solada da Igreja.<br />

[vv. 1, 2]<br />

Ouve, ó Jehovah, minha oração e chegue a ti meu clamor. Não escondas <strong>de</strong><br />

mim teu rosto no dia <strong>de</strong> minha aflição; inclina para mim teus ouvidos; no<br />

dia em que eu clamar, apressa-te a respon<strong>de</strong>r-me.<br />

1. Ouve, ó Jehovah, minha oração. Essa solicitu<strong>de</strong> mostra, uma<br />

vez mais, que essas palavras não foram escritas para serem pronunciadas<br />

pelo displicente e leviano, o que não po<strong>de</strong>ria ser feito sem<br />

grosseiramente insultar a Deus. Ao falar assim, os ju<strong>de</strong>us cativos<br />

davam testemunho da severa e cruciante angústia que suportavam,<br />

bem como do ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> obter algum alívio com que eram inflamados.<br />

Ninguém podia pronunciar essas palavras com os lábios<br />

sem profanar o nome <strong>de</strong> Deus, a menos que, ao mesmo tempo, agisse<br />

com um sincero e ar<strong>de</strong>nte afeto do coração. Devemos particularmente<br />

atentar para a circunstância para a qual já chamamos a atenção,<br />

ou, seja: que somos assim incitados pelo Espírito Santo ao <strong>de</strong>ver da<br />

oração em favor do bem-estar comum da Igreja. Enquanto cada pessoa<br />

toma suficiente cuidado em prol <strong>de</strong> seus próprios interesses<br />

individuais, raramente encontramos um em uma centena que se sinta<br />

afetado pelas calamida<strong>de</strong>s da Igreja. Temos, pois, mais necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estímulos, mesmo quando vemos o profeta aqui empenhado com um<br />

acúmulo <strong>de</strong> palavras a corrigir nossa tibiez e indolência. Admito que<br />

o coração <strong>de</strong>ve mover e dirigir a língua à oração; mas, como amiú<strong>de</strong><br />

suce<strong>de</strong> <strong>de</strong> o mesmo <strong>de</strong>bilitar-se ou <strong>de</strong> cumprir seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> uma maneira<br />

lenta e apática, requer-se que o mesmo seja auxiliado pela língua.<br />

Há aqui uma influência recíproca. Como o coração, em contrapartida,<br />

<strong>de</strong>ve seguir antes das palavras e aquecê-las, assim a língua, por sua

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!