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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 106 • 707<br />

eram sobejamente visíveis. Ele menciona ainda quão rapidamente tal<br />

esquecimento os açambarcava e tendia a avolumar sua culpa. Pois<br />

era prodigioso o fato <strong>de</strong> que nem mesmo a própria visão <strong>de</strong>ssas coisas<br />

conseguia <strong>de</strong>spertar seu espírito. Daí suce<strong>de</strong>r que, enquanto mal<br />

tinham saído do Egito e passaram pelo mar, soberbamente se levantaram<br />

contra seu libertador. Seguramente não apenas por um ano,<br />

nem ainda por um século, <strong>de</strong> sua mente foram apagados os feitos tão<br />

dignos <strong>de</strong> serem lembrados. Que <strong>de</strong>mência, pois, terem eles naquele<br />

tempo murmurado contra Deus, como se ele os houvera abandonado<br />

para que fossem massacrados por seus inimigos! Aquele braço do<br />

mar pelo qual o povo passou é, em hebraico, chamado o Mar <strong>de</strong> Sufe.<br />

Há quem o traduz por o Mar <strong>de</strong> Junco, e pensam que a palavra pws,<br />

suph, significa alga marinha. 8 Mas, seja qual for sua <strong>de</strong>rivação, não<br />

po<strong>de</strong> haver dúvida quanto ao lugar. É bem provável que o nome lhe<br />

fosse dado por causa <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong> agitação.<br />

8 “No Mar Vermelho, isto é, no Golfe Arábico; literalmente, no Mar <strong>de</strong> Sufe, o que, se Sufe aqui<br />

não for um nome próprio (como parece ser o caso em Dt 1.1 e com ligeira variação em Nm 21.14),<br />

significa o mar das algas; e esse mar é ainda chamado por um nome similar no Egito mo<strong>de</strong>rno.<br />

Este, em sua <strong>de</strong>signação por todos os livros do Velho Testamento, é na versão Siríaca e na paráfrase<br />

Caldaica igualmente traduzido o mar das algas; nome esse que bem po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>rivar-se das<br />

ervas que crescem junto a sua praia, ou das algas que, segundo Diodorus Siculus e Kircher, são<br />

abundantes nele, e as quais eram vistas através <strong>de</strong> suas águas transluzentes. Finati, citado por<br />

Labor<strong>de</strong>, fala da transparência <strong>de</strong> suas águas e dos corais vistos em suas profun<strong>de</strong>zas.” – Cresswell.<br />

Amiú<strong>de</strong> se tem asseverado que esse mar recebeu a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Vermelho em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua cor. Entretanto, tem sido fartamente atestado pelos que o têm visto, que a água não é mais<br />

vermelha que qualquer outro mar. Niebuhr, em sua <strong>de</strong>scrição da Arábia, diz: “Os europeus costumam<br />

dar ao Golfo Arábico o nome <strong>de</strong> Mar Vermelho; não obstante, não encontrei nele algo mais<br />

vermelho do que o Mar Negro ou o Mar Branco, ou qualquer outro mar do mundo.” Artemidorus<br />

em Strabo expressamente nos diz que “seu aspecto é ver<strong>de</strong>, por razão da abundância <strong>de</strong> algas<br />

marinhas e do musgo que nele crescem”. Tudo indica que ele <strong>de</strong>rivou seu nome “Mar Vermelho”<br />

<strong>de</strong> Edom, nome que significa vermelho. Embora por toda a Escritura do Velho Testamento ele seja<br />

chamado Yam Suph, o mar das algas, todavia entre os antigos habitantes dos países adjacentes a<br />

ele era chamado Yam Edom, o mar <strong>de</strong> Edom (1Rs 9.26; 2Cr 8.17, 18), a terra <strong>de</strong> Edom se esten<strong>de</strong>ndo<br />

até o Golfo Arábico; e os edomitas ou idumeus, tendo em certo tempo ocupado uma parte, se não<br />

tudo, da Arábia Pétrea. Os gregos, que tomaram o nome do mar dos fenícios, que o chamavam<br />

Yam Edom, em vez <strong>de</strong> traduzi-lo por o mar <strong>de</strong> Edom, ou o mar dos idumeus, como <strong>de</strong>vem ter feito,<br />

tomaram a palavra Edom por equívoco por um apelido, em vez <strong>de</strong> um nome próprio, e conseqüentemente<br />

o traduziram eruqra qalassa, isto é, o Mar Vermelho. no que foi seguido pelos autores<br />

<strong>de</strong> nossa versão inglesa. Mas o mar das algas é indubitavelmente a melhor tradução do texto<br />

hebraico. – Veja Pri<strong>de</strong>aux’ Connections etc., vol. i. pp. 39, 40.

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