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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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160 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

possível que os ímpios escapem <strong>de</strong> sorver o cálice que Deus porá em<br />

suas mãos, e que eles serão compelidos a sorvê-lo até a última gota.<br />

9 e 10. Eu, porém, publicarei para sempre. Esta conclusão do<br />

Salmo realça a alegria que o povo <strong>de</strong> Deus sentia <strong>de</strong> haver experimentado<br />

que ele era seu libertador na adversida<strong>de</strong>; pois tudo indica ser<br />

sua própria experiência a que eles passam a publicar e em virtu<strong>de</strong> da<br />

qual resolvem cantar louvores a Deus. Do quê também <strong>de</strong>duzimos que,<br />

através do auxílio divino, eles vencerão todo o po<strong>de</strong>r dos réprobos; e<br />

que, sendo eles mesmos recipientes da justiça e da eqüida<strong>de</strong>, estarão<br />

suficientemente armados para sua própria preservação e <strong>de</strong>fesa. A expressão,<br />

os chifres dos justos serão enaltecidos, 19 implica que os filhos<br />

<strong>de</strong> Deus, mediante uma vida irrepreensível e santa, adquirem maior<br />

força e eficientemente se protegem mais do que se fosse seu empenho<br />

buscar seus próprios interesses por toda espécie <strong>de</strong> perversida<strong>de</strong>.<br />

qualida<strong>de</strong> mais forte, e evi<strong>de</strong>ntemente não tendo nenhuma idéia <strong>de</strong> alguma outra mistura além da<br />

água, a qual enfraqueceria o vinho, ele tomou a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> traduzir as palavras ism alm, male<br />

mesech, por “sem mistura”. Os gregos e latinos, da mesma forma, por “vinho misturado” entendiam<br />

o vinho diluído e enfraquecido com água. Mas a frase entre os hebreus geralmente <strong>de</strong>nota<br />

o vinho tornado mais forte mediante a adição <strong>de</strong> ingredientes mais elevados e mais po<strong>de</strong>rosos.<br />

No oriente os vinhos são muito misturados com drogas <strong>de</strong> um tipo estimulante e embriagante;<br />

<strong>de</strong> modo que, quando comumente tiravam dos recipientes em que eram preservados, estavam<br />

filtrados para o uso. O que permanece é o espesso sedimento dos ingredientes fortes e estimulantes<br />

com que foi misturado. Este é o que os perversos estão con<strong>de</strong>nados a beber. “A introdução<br />

<strong>de</strong>ssa circunstância”, diz Mant, “forma um excelente clímax e traz a idéia da indignação <strong>de</strong> Deus<br />

ao ponto mais elevado.” Alguns intérpretes têm explicado a passagem no sentido em que Deus<br />

<strong>de</strong>rramaria o vinho puro e claro para seus amigos, enquanto compele seus inimigos a beberem a<br />

borra. Mas a referência é inteiramente a seus inimigos que tinham <strong>de</strong> esgotar totalmente o cálice<br />

<strong>de</strong> seu furor. Essa nos profetas é uma imagem muito comum da ira divina.<br />

19 “Pelo termo chifres dos perversos subenten<strong>de</strong>-se seu orgulho; pelo termo chifres dos justos,<br />

por outro lado, subenten<strong>de</strong>-se seu po<strong>de</strong>r. Basílio observou que o chifre é mais exaltado e mais<br />

sólido do que qualquer outra parte do corpo a que ele pertença; e que, ao mesmo tempo, ele fornece<br />

ornamento para a cabeça e é também a arma <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Daí, ele é expresso metaforicamente<br />

tanto para força e po<strong>de</strong>r quanto também para orgulho.” – Cresswell. Aqui ameaça-se que o po<strong>de</strong>r<br />

e honra dos perversos, os quais têm sido empregados como instrumentos <strong>de</strong> cruel injustiça e<br />

opressão, seriam <strong>de</strong>struídos, e seu orgulho eficientemente humilhado; enquanto que os justos<br />

seriam exaltados em po<strong>de</strong>r e dignida<strong>de</strong>.

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