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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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668 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ele fez com Abraão, 5 e seu juramento que ele jurou a Isaque; 6 e o estabeleceu<br />

a Jacó por lei, e a Israel por um concerto eterno, 7 dizendo: Dar-te-ei a<br />

terra <strong>de</strong> Canaã, a corda [ou linha <strong>de</strong> medir 8 ] <strong>de</strong> vossa herança.<br />

6. Vós, semente <strong>de</strong> Abraão, seu servo. O salmista se dirige<br />

nominalmente a seus próprios compatrícios, a quem, como já se<br />

afirmou, Deus uniu a si por uma adoção especial. Foi um laço <strong>de</strong><br />

união ainda mais sacra, a saber, que por mero beneplácito <strong>de</strong> Deus<br />

eles foram preferidos a todas as <strong>de</strong>mais nações. Ao chamá-los a semente<br />

<strong>de</strong> Abraão, e os filhos <strong>de</strong> Jacó, ele os lembra que não tinham<br />

atingido gran<strong>de</strong> dignida<strong>de</strong> com base em seu próprio po<strong>de</strong>r, mas<br />

porque <strong>de</strong>scendiam dos santos pais. Entretanto, ele afirma, ao mesmo<br />

tempo, que a santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus pais emanou exclusivamente da<br />

eleição divina, e não <strong>de</strong> sua própria natureza. Ele expressamente<br />

afirma ambas essas verda<strong>de</strong>s: primeiro, que antes que nascessem<br />

filhos <strong>de</strong> Abraão, já eram her<strong>de</strong>iros do pacto, porque <strong>de</strong>rivaram<br />

sua origem dos santos pais; e, segundo, que os pais, por sua vez,<br />

não adquiriram tal prerrogativa <strong>de</strong> seu próprio mérito ou dignida<strong>de</strong>,<br />

mas foram soberanamente escolhidos; pois esta é a razão por<br />

que Jacó é chamado escolhido <strong>de</strong> Deus. Embora Abraão seja aqui<br />

também chamado servo <strong>de</strong> Deus [Gn 26.24], visto que com pureza<br />

e sinceramente o adorara, todavia na segunda sentença testifica-<br />

-se que o enaltecimento <strong>de</strong>ssa distinção não po<strong>de</strong> ser ligada aos<br />

5 Veja-se Gênesis 15.17, 18; 17.2; 22.16; 26.3; 35.11.<br />

6 Veja-se Gênesis 26.3.<br />

7 A Jacó ele também renovou em Berseba todas as graciosas garantias do pacto que ele fez com<br />

Abraão, e o ratificou a Isaque [Gn 28.10-15]; e novamente lhes renovou em Padã-Arã [Gn 35.9-15;<br />

13.5], quando mudou seu nome <strong>de</strong> Jacó para Israel.<br />

8 Em nossa versão inglesa temos sorte. Mas a palavra original significa uma corda ou linha. Há<br />

aqui uma alusão às várias sortes ou porções em que a terra <strong>de</strong> Canaã foi dividida entre as doze<br />

tribos, as quais eram medidas com linhas. Alguns eruditos têm imaginado que os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> Heber possuíram a terra <strong>de</strong> Canaã antes dos cananeus, e que estes injustamente voltaram e os<br />

<strong>de</strong>sapossaram; Dimock supõe que a frase, “a sorte <strong>de</strong> vossa herança”, refere-se a essa possessão<br />

anterior e injusta. Mas a <strong>de</strong>signação que eles recebem no versículo 12, como estrangeiros nela,<br />

parece militar contra tal opinião. Tampouco é necessário vindicar a Deus por ter recorrido a tal<br />

suposição. Visto ser o supremo proprietário <strong>de</strong> toda a terra, ele tem o direito <strong>de</strong> dá-la a quem lhe<br />

apraz; e a perversida<strong>de</strong> dos cananeus justificou suficientemente sua expulsão.

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