31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 75 • 155<br />

nome <strong>de</strong> Deus anunciou estar próximo. Pois quando o povo <strong>de</strong> Deus<br />

espera que ele esteja vindo para executar juízo, e se persua<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> que não mais <strong>de</strong>longará sua vinda, se gloriam ainda que seja<br />

em meio a suas opressões. A <strong>de</strong>mência dos perversos transborda<br />

e se dilata com fúria e <strong>de</strong>rrama dilúvios com o fim <strong>de</strong> submergi-los.<br />

Basta-lhes, porém, saber que sua vida está protegida pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

Deus, o qual po<strong>de</strong> com a mais perfeita facilida<strong>de</strong> humilhar a todos<br />

os soberbos e refrear suas tentativas mais ousadas e presunçosas.<br />

Os fiéis aqui zombam e <strong>de</strong>sprezam tudo o que os perversos tramam<br />

e conspiram executar, e lhes dão a chance <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>mência;<br />

e ao convidá-los a agir assim, notificam que eles estão agindo<br />

em vão, incitando-se e se amotinando, assemelhando-se a loucos<br />

que andam às cegas, seguindo suas próprias imaginações tresloucadas.<br />

É preciso observar que o salmista representa os soberbos<br />

como sendo a causa ou mãe <strong>de</strong> todos os empreendimentos temerários<br />

e audaciosos. A razão por que os homens se precipitam com tal<br />

imprudência à prática <strong>de</strong> projetos ilícitos, em sua maioria consiste<br />

em que, cegados por sua soberba, formam uma estima in<strong>de</strong>vida e<br />

exagerada <strong>de</strong> seu próprio po<strong>de</strong>r. Sendo esta uma enfermida<strong>de</strong> que<br />

se erradica facilmente dos corações dos homens, reitera-se uma<br />

vez mais a admoestação: Não ergueis vossa fronte altiva. 12 Em seguida<br />

são proibidos <strong>de</strong> falar com um pescoço ostentoso; querendo<br />

dizer com isso que não falassem temerária e injuriosamente; 13 pois<br />

12 Não ergueis vossa fronte altiva, ou, seja, não ajam com insolência com base em falsa noção<br />

<strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r (cf. Am 6.13). Presume-se que a metáfora é extraída da forma como os animais <strong>de</strong><br />

chifres se portam quando estão em estado <strong>de</strong> excitação. A prática entre os abissínios, <strong>de</strong>scrita por<br />

Bruce, foi também aduzida como a lançar luzes sobre este versículo. Ele observa que os governadores<br />

das províncias abissínias usam uma faixa larga em torno da cabeça, a qual é amarrada atrás.<br />

No meio <strong>de</strong>ssa faixa está um chifre ou uma peça cônica <strong>de</strong> prata, banhada a ouro, mo<strong>de</strong>lado como<br />

nosso apagador <strong>de</strong> vela. Isso é chamado chifre; e só é usado em inspeções ou procissões <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> uma vitória. A maneira como lançavam a cabeça para trás, quando usavam esse ornamento<br />

(para que não caísse) dá uma firmeza à posição da cabeça; e isso parece explicar a linguagem do<br />

salmista, quando faz menção <strong>de</strong> falar com um pescoço rígido. Em vez <strong>de</strong> com um pescoço rígido,<br />

Parkhust o traduz com um pescoço torcido; observando que “esse é um gesto <strong>de</strong> soberba, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprezo<br />

ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdém bem conhecido”.<br />

13 “Præfracte.” – v.l. “Rigoureusement et outrageusement.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!