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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 89 • 429<br />

lamenta sentir-se privada dos emblemas do favor divino, uma vez que<br />

não caia em <strong>de</strong>sespero nem murmure insidiosamente contra Deus. Em<br />

seguida veremos que o profeta, ao bendizer a Deus no final do Salmo,<br />

fornece prova <strong>de</strong> serena submissão, pela qual ele corrige ou caracteriza<br />

suas queixas. Portanto, quem quer que fosse aquele rabino que<br />

<strong>de</strong>terminou ser ilícito recitar este Salmo, ele foi inspirado por tola e<br />

ímpia impertinência a con<strong>de</strong>nar o que Deus suporta em seus filhos.<br />

Ao tomar tal liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> queixar-se diante <strong>de</strong> Deus, o profeta não<br />

tinha outro objetivo em mente senão que, com mais eficiência pu<strong>de</strong>sse<br />

resistir a dúvida e a impaciência, aliviando-se <strong>de</strong> seu fardo na divina<br />

presença. Além do mais, as palavras: Tu te aborreceste <strong>de</strong>le e o rejeitaste,<br />

se analisadas segundo as regras do idioma grego e latino, serão<br />

consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>selegantes; pois a palavra que recebe mais ênfase vem<br />

primeiro, e então acrescenta-se outra que recebe menos ênfase. Mas<br />

visto que os hebreus não observavam nosso método <strong>de</strong> arranjo neste<br />

sentido, a or<strong>de</strong>m aqui adotada é bem consistente com o estilo do<br />

idioma hebraico. O terceiro verbo contém a razão <strong>de</strong> tal mudança por<br />

parte <strong>de</strong> Deus, ensinando-nos que o rei foi rejeitado porque Deus se<br />

exasperara contra ele. Alguns acreditam que há aqui um recital do motejo<br />

que os inimigos do povo escolhido dirigiam contra ele, e a opinião<br />

que adotam para escapar da dificulda<strong>de</strong> oriunda do modo <strong>de</strong> se ver<br />

esse severo tipo <strong>de</strong> queixa, como pronunciado pela Igreja, comprova<br />

ser esse o obstáculo que levou o rabino supracitado a rejeitar todo<br />

este Salmo. Mas é preciso ter em mente que o profeta se expressa segundo<br />

o sentimento e apreensão comuns dos homens; enquanto, ao<br />

mesmo tempo, ele estava plenamente convicto em sua própria mente<br />

<strong>de</strong> que o rei que uma vez foi escolhido por Deus não podia ser rejeitado<br />

por ele.<br />

No mesmo sentido <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r a anulação do pacto – Tu<br />

fizeste cessar o concerto <strong>de</strong> teu servo. O profeta não acusa a Deus <strong>de</strong> levianda<strong>de</strong><br />

e inconstância; ele apenas se queixa <strong>de</strong> que aquelas notáveis<br />

promessas das quais ele falara aparentemente haviam se <strong>de</strong>svanecido<br />

e transformado em nulida<strong>de</strong>. Sempre que os fiéis formulam a pergun-

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