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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 94 • 507<br />

mesmo tempo anunciada e dada a conhecer nas Escrituras. 16 Dessa<br />

forma ele confere honra ao uso da Palavra escrita, como encontramos<br />

Paulo dizendo [Rm 15.4] que todas as coisas “foram escritas<br />

para nosso aprendizado, a fim <strong>de</strong> que, através da paciência e do<br />

conforto das Escrituras, tenhamos esperança.” Isso revela <strong>de</strong> que<br />

esfera <strong>de</strong>vemos extrair nossa paciência – dos oráculos <strong>de</strong> Deus que<br />

nos suprem com motivo <strong>de</strong> esperança para a mitigação <strong>de</strong> nossas<br />

tristezas. Em suma, o que o salmista preten<strong>de</strong> é sumariar isto: Os<br />

crentes <strong>de</strong>vem, em primeiro lugar, ser exortados a <strong>de</strong>senvolver a<br />

paciência, não para <strong>de</strong>sesperar-se sob a cruz, mas para esperar<br />

submissamente pelo livramento divino; e em seguida <strong>de</strong>vem ser<br />

ensinados em como esta graça <strong>de</strong>ve ser obtida, pois naturalmente<br />

nos dispomos a entregar-nos ao <strong>de</strong>sespero, e qualquer esperança<br />

<strong>de</strong> nossa parte logo se extinguiria não fôssemos nós ensinados pela<br />

escola lá do alto que todas nossas angústias eventualmente resultam<br />

em nossa salvação. Temos aqui o testemunho do salmista em<br />

prol da verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a Palavra <strong>de</strong> Deus nos supre com abundante<br />

base <strong>de</strong> conforto, e que nenhuma pessoa que corretamente se<br />

vale <strong>de</strong>la jamais terá motivo <strong>de</strong> sentir-se infeliz, nem <strong>de</strong> entregar-se<br />

à aflição e ao <strong>de</strong>sespero. Uma marca com a qual Deus distingue o<br />

verda<strong>de</strong>iro do falso discípulo é sua prontidão e preparo para suportar<br />

a cruz e esperar com serenida<strong>de</strong> o livramento divino, sem<br />

dar vazão ao mau humor e à impaciência. A verda<strong>de</strong>ira paciência<br />

não consiste na exibição <strong>de</strong> uma resistência obstinada aos males,<br />

nem naquela tenacida<strong>de</strong> inquebrantável que ficou conhecida como<br />

a virtu<strong>de</strong> dos estóicos, mas naquela alegre submissão a Deus, baseada<br />

na confiança em sua graça. Por essa conta é com boas razões<br />

que o salmista começa lançando como verda<strong>de</strong> fundamental e indispensável<br />

para que todo o povo do Senhor a aprenda, a saber:<br />

que o alvo daquelas perseguições temporárias, às quais estamos<br />

16 “Mais le Prophete adjouste incontinent, que ceste sagesse laquelle Dieu nous inspire au<br />

<strong>de</strong>dans, nous est quant-et-quant proposee et manifestee en la Loy.” – v.f.

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