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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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202 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

jamais se per<strong>de</strong>sse, mas que fosse preservada até o fim do mundo. Eis<br />

a razão por que Paulo, em 1 Timóteo 3.15, assevera que “a Igreja é a<br />

coluna e o fundamento da verda<strong>de</strong>”; não querendo com isso dizer que<br />

a verda<strong>de</strong> em si seja fraca e carente <strong>de</strong> apoio externo, mas que Deus<br />

a esten<strong>de</strong> e a difun<strong>de</strong> pela instrumentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus ministros que,<br />

quando fielmente executam o ofício docente com que foram investidos,<br />

sustentam a verda<strong>de</strong>, por assim dizer, em seus ombros. Ora, o<br />

profeta nos ensina que é nosso penhorado <strong>de</strong>ver usar nosso empenho<br />

para que haja sucessão contínua <strong>de</strong> pessoas que comuniquem a instrução<br />

da verda<strong>de</strong> divina. Deus disse a Abraão antes que a lei fosse<br />

escrita: “Porque eu tenho conhecido, e sei que ele há <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar a<br />

seus filhos e a sua casa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>le, para que guar<strong>de</strong>m o caminho do<br />

Senhor, para agirem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir<br />

sobre Abraão o que acerca <strong>de</strong>le tem falado” [Gn 18.19]. E <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua<br />

morte, isso foi or<strong>de</strong>nado aos patriarcas como uma parte necessária <strong>de</strong><br />

seu <strong>de</strong>ver. Nem bem a lei foi promulgada, e Deus <strong>de</strong>signou sacerdotes<br />

em sua Igreja para que fossem senhores e mestres públicos. Ele também<br />

testificou pelos lábios do profeta Isaías [59.21] que o mesmo se<br />

<strong>de</strong>ve observar sob a dispensação neotestamentária, dizendo: “Quanto<br />

a mim, esta é minha aliança com eles, diz o Senhor: meu Espírito, que<br />

está sobre ti, e minhas palavras, que pus em tua boca, não se <strong>de</strong>sviarão<br />

<strong>de</strong> tua boca nem da boca <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>scendência, nem da boca da<br />

<strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> tua <strong>de</strong>scendência, diz o Senhor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> agora e para<br />

todo o sempre.” Na passagem que temos diante <strong>de</strong> nós, contudo, uma<br />

or<strong>de</strong>m particular é dada aos pais, neste ponto: a cada um <strong>de</strong>les se<br />

or<strong>de</strong>na que instrua seus próprios filhos, e que todos, sem distinção,<br />

sejam instruídos, para que seus exercícios, ao transmitir o nome <strong>de</strong><br />

Deus a sua posterida<strong>de</strong>, lhe sejam bem aceitáveis e recebam sua mais<br />

elevada aprovação. Por meio das palavras, para que os filhos a nascerem<br />

se levantem, não se <strong>de</strong>nota um número reduzido <strong>de</strong> indivíduos;<br />

porém sugere que os mestres da verda<strong>de</strong> divina, por cujo esforço a<br />

religião pura floresça e prevaleça para sempre, serão tão numerosos<br />

quanto aqueles que nascem no mundo.

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