31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

430 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ta: “Até quando te esquecerás <strong>de</strong> mim, ó Senhor?” “Desperta; por que<br />

dormes, ó Senhor?” [Sl 13.1; 44.23; 79.5], com certeza não <strong>de</strong>vem ser<br />

entendidos como a atribuir-lhe esquecimento ou sono. Simplesmente<br />

põem diante <strong>de</strong>le as tentações que a carne e o sangue lhes insinuam a<br />

fim <strong>de</strong> induzi-lo a socorrê-los prontamente em meio às fraquezas nas<br />

quais se encontram mergulhados. Não surpreen<strong>de</strong>, pois, que o profeta,<br />

achando-se envolvido por tão horrível <strong>de</strong>solação, fosse afetado pelas<br />

<strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s às quais a natureza humana é tão vulnerável em tais circunstâncias;<br />

e assim se viu impelido a fazer tal asseveração, ou, seja: o<br />

que Deus prometeu estava longe <strong>de</strong> se concretizar <strong>de</strong> forma manifesta.<br />

Ao ver todas as coisas contrariando a promessa divina, ele não era um<br />

homem tão insensível ao ponto <strong>de</strong> permanecer impassível ante um<br />

espetáculo tão <strong>de</strong>plorável e confuso. Mas, ao chegar espontaneamente<br />

à presença divina, ele busca um remédio que pu<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>glutir sem<br />

dor, que teria sido o caso se ele tivesse cedido ao <strong>de</strong>scontentamento<br />

secreto e negligenciado esse meio <strong>de</strong> lenitivo. O que se acrescenta no<br />

final do versículo: Tu lançaste sua coroa ao chão, não parece aplicar-<br />

-se ao tempo <strong>de</strong> Roboão, a não ser que, talvez, o <strong>de</strong>smembramento do<br />

reino esteja implícito no ato <strong>de</strong> lançar a coroa ao chão. As afirmações<br />

que vêm logo a seguir <strong>de</strong>vem estar, necessariamente, indicando alguma<br />

calamida<strong>de</strong> maior. Caso se admita essa opinião, o autor do Salmo<br />

teria sido uma pessoa diferente <strong>de</strong> Etã, que era um dos quatro homens<br />

sábios, <strong>de</strong> quem se faz menção na história sacra [2Rs 4.31]. Em um<br />

caso tão ambíguo, <strong>de</strong>ixo a cada um a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> adotar a conjetura<br />

que lhe parecer mais provável.<br />

40. Tu <strong>de</strong>rrubaste todos seus muros. O profeta, embora pu<strong>de</strong>sse<br />

facilmente ter encontrado outra causa à qual imputar a quebra e a<br />

<strong>de</strong>molição das fortificações, contudo, sob a influência <strong>de</strong> emoção <strong>de</strong>vota<br />

e santificada, ele reconhece ser Deus o autor <strong>de</strong> tal calamida<strong>de</strong>;<br />

estando plenamente convicto <strong>de</strong> que os homens não podiam, a seu<br />

bel-prazer, ter <strong>de</strong>struído o reino que Deus estabelecera, não fosse a<br />

ira divina a incitá-los. Depois <strong>de</strong> falar em termos metafóricos, ele se<br />

queixa dizendo que o reino ficou exposto à pilhagem por quem por ali

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!