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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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622 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tória inventada, o genuíno significado do profeta, a saber: que, como<br />

a águia sempre retém seu vigor, e ainda em sua velhice ela continua<br />

jovem, com vistas a que os santos se sentissem sustentados por uma<br />

influência secreta <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> Deus, por meio da qual continuassem<br />

<strong>de</strong> posse daquele vigor inalterado. É verda<strong>de</strong> que eles nem sempre<br />

têm seu corpo robustecido enquanto peregrinam por este mundo; ao<br />

contrário, arrastam dolorosamente suas vidas em contínua fraqueza;<br />

contudo o que se diz aqui se aplica a eles em certo sentido. Isso é<br />

inquestionavelmente comum a todos em geral, ou, seja, que têm sido<br />

arrancados da sepultura e experimentam aquela liberalida<strong>de</strong> que Deus<br />

lhes conce<strong>de</strong> <strong>de</strong> inumeráveis maneiras. Não refletisse ele, <strong>de</strong>vidamente,<br />

o quanto cada um <strong>de</strong>les é <strong>de</strong>vedor a Deus, e não diria com toda<br />

razão que sua boca está cheia <strong>de</strong> coisas boas; assim como Davi, no Salmo<br />

40.5 e 139.18, confessa que era incapaz <strong>de</strong> enumerar os benefícios<br />

divinos, visto que “eram mais numerosos que as areias do mar”. Nossa<br />

própria perversida<strong>de</strong> cega nosso entendimento para não vermos que,<br />

mesmo na fome, somos supridos com alimentos, <strong>de</strong> tal maneira que<br />

Deus nos revela as multiformes riquezas <strong>de</strong> sua benevolência. Com<br />

respeito à renovação <strong>de</strong> nossa força, o significado consiste em que,<br />

mesmo quando nosso homem exterior se <strong>de</strong>compõe, somos renovados<br />

para uma vida melhor e não temos razão <strong>de</strong> afligir-nos quando<br />

nossa força se esvai, especialmente quando ele nos sustenta por meio<br />

<strong>de</strong> seu Espírito sob a fraqueza e langui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> nossa estrutura mortal.<br />

jovem e bela, enquanto que, ao mesmo tempo, seu vigor e vivacida<strong>de</strong> são melhorados. De igual<br />

modo, pelas comunicações da graça divina, a beleza espiritual, a força e a ativida<strong>de</strong> do povo <strong>de</strong><br />

Deus aumentam. Embora qualquer outra ave teria servido ao propósito do salmista, não obstante<br />

ele preferiu a águia, não só porque ela é a rainha das aves, superior em tamanho, em força e em<br />

vivacida<strong>de</strong> às outras da família, mas porque ela retém o vigor com uma ida<strong>de</strong> avançada e preserva<br />

sua jovial aparência até o fim por meio da mudança <strong>de</strong> plumagem. O Profeta Isaías usa a mesma<br />

alusão, com o fim <strong>de</strong> ilustrar a perseverança dos santos em santida<strong>de</strong> [40.31]: “Os que esperam no<br />

Senhor renovarão suas forças; subirão com asas como as águias.” A águia parece ter tomado seu<br />

nome hebraico, r?n, nesher, da exuberância <strong>de</strong> sua plumagem. Sua origem está no verbo caldaico<br />

r?n, nashar, <strong>de</strong>cidit, <strong>de</strong>fluxit, ele caiu, ele <strong>de</strong>rramou. “O nome concorda com rw?, olhar para”, diz<br />

Bythner, “porque a águia po<strong>de</strong> olhar para diretamente para o sol; também com r?y, ser direto,<br />

porque ela voa numa direção reta.”

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