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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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644 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que o profeta fala <strong>de</strong>le como que dominado com freios pela po<strong>de</strong>rosa<br />

or<strong>de</strong>m divina; assim, em Jeremias [5.22] e em Jó [28.25], Deus, com<br />

tanta sublimida<strong>de</strong>, enaltece seu po<strong>de</strong>r, como exibido no oceano. O subir<br />

os montes, e o <strong>de</strong>scer os vales são figuras, significando que, a menos<br />

que Deus confine o abismo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites, a distinção entre montes<br />

e vales, os quais contribuem para a beleza da terra, cessaria <strong>de</strong> existir,<br />

pois que ele engolfaria toda a terra. Lemos que Deus fundou um lugar<br />

para os vales; pois não haveria terra seca nos sopés dos montes,<br />

senão somente abismos, não or<strong>de</strong>nasse Deus que o mar <strong>de</strong>ixasse um<br />

espaço <strong>de</strong>socupado pelo mar, como se fosse contrário à natureza.<br />

9. Tu puseste um limite ao qual elas não ultrapassarão. O<br />

milagre expresso é neste versículo ampliado a partir <strong>de</strong> sua perpetuida<strong>de</strong>.<br />

Os filósofos naturais se vêem compelidos a admitir, e<br />

esse é ainda um <strong>de</strong> seus primeiros princípios, que a água é circular<br />

e ocupa a região intermédia entre a terra e o ar. É inteiramente em<br />

virtu<strong>de</strong> da providência <strong>de</strong> Deus que uma parte da terra permanece<br />

seca e se a<strong>de</strong>qua à habitação dos seres humanos. Eis um fato do<br />

qual os marinheiros têm a mais satisfatória evidência. Sim, se os<br />

mais ru<strong>de</strong>s e mais estúpidos <strong>de</strong> nossa raça simplesmente abrissem<br />

seus olhos, e contemplariam no mar montanhas <strong>de</strong> água que se elevam<br />

muito acima do nível da terra. Certamente nenhum barranco e<br />

nem mesmo nenhum portão <strong>de</strong> aço po<strong>de</strong>ria fazer com que as águas,<br />

que em sua própria natureza são fluídos voláteis, se conservem<br />

juntas e em <strong>de</strong>terminado lugar, como vemos ser o caso. Acabei <strong>de</strong><br />

dizer que os terremotos, os quais trazem <strong>de</strong>struição a muitos lugares,<br />

<strong>de</strong>ixam o globo, como um todo, como era antes, e, <strong>de</strong> igual<br />

modo, embora o mar, em algumas partes do mundo, ultrapasse suas<br />

fronteiras, todavia a lei, que o confina <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites, não<br />

ce<strong>de</strong>, para que a terra seja uma habitação a<strong>de</strong>quada à raça humana.<br />

O Mar Báltico, em nossos próprios dias, inundou gran<strong>de</strong>s faixas <strong>de</strong><br />

terra e trouxe gran<strong>de</strong>s prejuízos ao povo flandrense e a outras nações<br />

circunvizinhas. Por meio <strong>de</strong> um exemplo <strong>de</strong>sse gênero somos<br />

advertidos sobre quais seriam as conseqüências caso as restrições

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