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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 78 • 245<br />

traços do castigo com que os havia visitado. O significado do texto,<br />

portanto, é que quando a arca foi levada pelos filisteus, Deus estava,<br />

por assim dizer, adormecido, tendo se embriagado com os pecados <strong>de</strong><br />

seu povo, <strong>de</strong> modo que não podia mais ficar vigilante em sua <strong>de</strong>fesa<br />

como costumava fazer; e no entanto ele não continuava mergulhado<br />

em sono, senão que, sempre que via os ímpios filisteus tratando com<br />

<strong>de</strong>sdém a glória <strong>de</strong> sua majesta<strong>de</strong>, esse hediondo insulto o <strong>de</strong>spertava<br />

e o provocava, justamente como um gigante que, tendo ceado bem,<br />

se <strong>de</strong>sperta <strong>de</strong> seu primeiro sono antes <strong>de</strong> haver se recobrado dos<br />

inebriantes efeitos <strong>de</strong> seu vinho; e que, ao mesmo tempo, sua ira não<br />

fora assim provocada contra essa nação pagã e incircuncisa ao ponto<br />

<strong>de</strong> impedi-lo <strong>de</strong> exibir alguns sinais do castigo que infligira até o fim<br />

contra os israelitas perversos e ingratos. A rejeição <strong>de</strong>scrita equivale<br />

a isto: que quando Deus permitiu que sua arca fosse levada para outro<br />

lugar, os israelitas ficaram assim privados da honra com que, por privilégio<br />

especial, foram previamente distinguidos.<br />

Há dois pontos primordiais que aqui <strong>de</strong>vem particularmente<br />

merecer nossa atenção: em primeiro lugar, quando os filisteus foram<br />

feridos com úlceras in<strong>de</strong>centes, ofereceu-se a mais clara evidência <strong>de</strong><br />

que, quando os israelitas foram vencidos por eles, isso só aconteceu<br />

porque Deus quis que assim fosse. Ele não recobrou nova energia, nem<br />

arregimentou novo exército com o propósito <strong>de</strong> invadir, algum tempo<br />

<strong>de</strong>pois, os filisteus que tinham logrado vitória, nem tinha recorrido,<br />

ao agir assim, a auxílio estrangeiro. O outro ponto consiste em que,<br />

embora Deus esten<strong>de</strong>sse sua mão contra os filisteus para mostrar que<br />

nutria ainda alguma lembrança <strong>de</strong> seu pacto e algum cuidado do povo<br />

a quem havia escolhido, todavia, ao restaurar os israelitas, em alguma<br />

medida, a seu primeiro estado, ele fez da rejeição <strong>de</strong> Silo um perpétuo<br />

monumento <strong>de</strong> sua ira. Ele, pois, rejeitou a tribo <strong>de</strong> Efraim; 60 não que<br />

ele os <strong>de</strong>stituísse para sempre, nem os cortasse completamente do<br />

60 Silo, como já se observou, era uma cida<strong>de</strong> na tribo <strong>de</strong> Efraim, e foi rejeitada como a morada<br />

da arca.

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