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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 76 • 165<br />

vezes metaforicamente assim chamadas, em razão <strong>de</strong> sua velocida<strong>de</strong>;<br />

e no Salmo 91.6, atribui-se vôo às flechas.<br />

Adiciona-se mais [v. 4] que Deus é mais glorioso e terrível que as<br />

montanhas <strong>de</strong> presa. Pela expressão montanhas <strong>de</strong> presa estão implícitos<br />

os reinos distinguidos por sua violência e extorsão. Sabemos que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o princípio aquele que se excedia em assaltos e pilhagem era<br />

o homem que mais alargava suas fronteiras e chegava a ser o maioral.<br />

Aqui, pois, o salmista compara esses gran<strong>de</strong>s reis, que haviam<br />

adquirido gran<strong>de</strong>s domínios através da violência e do <strong>de</strong>rramamento<br />

<strong>de</strong> sangue humano, a bestas selvagens que vivem única e exclusivamente<br />

<strong>de</strong> presas, e seus reinos a montanhas cobertas com florestas,<br />

as quais eram habitadas por animais ferozes habituados a viverem da<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> outros animais. Os inimigos do antigo povo <strong>de</strong> Deus se<br />

acostumara à prática <strong>de</strong> assaltos violentos e furiosos contra Jerusalém;<br />

afirma-se, porém, que Deus a todos eles superou infinitamente em<br />

po<strong>de</strong>r, e que os fiéis não mais precisavam viver aterrados pelo medo.<br />

5. Os <strong>de</strong> coração ousado foram <strong>de</strong>spojados. O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus na<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> seus inimigos é aqui exaltado pelo uso <strong>de</strong> uma outra<br />

forma <strong>de</strong> expressão. O verbo wllwt?a, eshtolelu, o qual traduzimos por<br />

foram <strong>de</strong>spojados, é <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> Ll?, shalal; e a letra a, aleph, é usada<br />

no lugar da letra h, he. 7 Há quem traduz assim: se fizeram insensatos; 8<br />

isso, porém, é forçado <strong>de</strong>mais. Não obstante, admito que ele é do<br />

mesmo teor, como se fosse dito que foram privados <strong>de</strong> sabedoria e<br />

coragem; porém <strong>de</strong>vemos a<strong>de</strong>rir à significação própria da palavra. O<br />

que se acrescenta na segunda sentença tem o mesmo propósito: Todos<br />

os homens <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r não acharam suas mãos; 9 equivale dizer que se<br />

7 O verbo está no pretérito, hithpahel; e tem a, aleph, em vez <strong>de</strong> h, he, segundo o idioma<br />

hebraico, que muda h, a característica hebraica <strong>de</strong> hiphil, e hithpahel para a.<br />

8 Como o verbo significa tem saqueado, <strong>de</strong>spojado, e como ele aqui está no pretérito, hithpahel,<br />

que geralmente <strong>de</strong>nota ação recíproca, ou, seja, alguém agindo por conta própria, ele foi aqui traduzido<br />

por alguns, se <strong>de</strong>spojaram da mente, ficaram <strong>de</strong>mentes, furiosos. Hammond traduz assim:<br />

“Os <strong>de</strong> coração ousado se <strong>de</strong>spojaram ou se <strong>de</strong>sarmaram.” A paráfrase caldaica é: “Lançaram fora<br />

suas armas.”<br />

9 “waxm al

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