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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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650 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

entretanto, <strong>de</strong>ve ser temperada com sobrieda<strong>de</strong>; primeiro, para que os<br />

homens não esqueçam, conspurcando seus sentidos e <strong>de</strong>struindo seu<br />

vigor, mas se regozijem diante <strong>de</strong> seu Deus, segundo a prescrição <strong>de</strong><br />

Moisés [Lv 23.40]; e, segundo, para que estimulem suas mentes com<br />

o senso <strong>de</strong> gratidão, <strong>de</strong> modo que se tornem mais ativos no serviço<br />

<strong>de</strong> Deus. Aquele que se regozija <strong>de</strong>ssa forma também estará sempre<br />

preparado para suportar as tristezas, sempre que a Deus aprouver<br />

lhas enviar. É precito ter sempre em mente aquela regra paulina [Fp<br />

4.12]: “Aprendi a passar necessida<strong>de</strong> e aprendi a viver em fartura.”<br />

Caso se manifeste algum emblema da ira divina, inclusive para aquele<br />

que <strong>de</strong>sfruta <strong>de</strong> superabundância <strong>de</strong> todos os gêneros <strong>de</strong> guloseimas,<br />

esse mesmo <strong>de</strong>ve restringir-se em sua dieta, tendo consciência <strong>de</strong> ser<br />

convocado a vestir-se <strong>de</strong> cilício e a sentar-se sobre cinzas. Muito mais<br />

<strong>de</strong>ve aquele, a quem a pobreza compele à temperança e sobrieda<strong>de</strong>,<br />

abster-se <strong>de</strong> tais <strong>de</strong>lícias. Em suma, se uma pessoa se vê constrangida<br />

a abster-se <strong>de</strong> vinho em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong>, se outra tem apenas<br />

vinho insosso, e se uma terceira nada tem senão água, que cada<br />

uma se contente com sua própria sorte e voluntária e submissamente<br />

se <strong>de</strong>sabitue daquelas gratificações que Deus lhe nega.<br />

As mesmas observações se aplicam ao azeite. Desta passagem vemos<br />

que os ungüentos estavam muito em voga entre os ju<strong>de</strong>us, tanto<br />

quanto entre as <strong>de</strong>mais nações orientais. Na atualida<strong>de</strong>, o inverso se<br />

dá conosco, que ao contrário guardamos os ungüentos para propósitos<br />

medicinais, em vez <strong>de</strong> usá-los como artigos <strong>de</strong> luxo. O profeta,<br />

contudo, diz que o azeite é também dado aos homens para que o usem<br />

como ungüento. Mas, como os homens são tão propensos ao prazer,<br />

<strong>de</strong>ve-se observar que a lei da temperança não <strong>de</strong>ve ser separada da<br />

beneficência <strong>de</strong> Deus, para que não abusem <strong>de</strong> sua liberda<strong>de</strong> entregando-se<br />

a excessos concupiscentes. É preciso acrescentar-se sempre<br />

esta exceção: que nenhuma pessoa tem o direito <strong>de</strong> estimular-se à licenciosida<strong>de</strong>,<br />

lançando mão <strong>de</strong>sta doutrina.<br />

Além do mais, quando os homens pru<strong>de</strong>ntemente tiverem aprendido<br />

a refrear sua luxúria, é importante que saibam que Deus lhes

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