31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 104 • 649<br />

uma expressão comum, lhes conce<strong>de</strong> vinho e azeite. A repetição,<br />

pois, do propósito ao qual serve o pão não é supérflua; é empregada<br />

para nos encomendar a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus em nutrir ele, terna e<br />

ricamente, os homens como um pai afetuoso faz a seus filhos. Por<br />

essa razão, afirma-se aqui novamente que, como Deus se revela um<br />

pai <strong>de</strong> criação suficientemente liberal em prover o pão, liberalida<strong>de</strong><br />

essa que se mostra ainda mais conspícua em nos dar os petiscos<br />

mais <strong>de</strong>liciosos.<br />

Mas, como não há nada a que mais nos inclinamos do que usar<br />

mal os benefícios divinos, dando vazão aos excessos, quanto mais<br />

liberal ele se revela para com os homens, mais <strong>de</strong>vem eles tomar cuidado<br />

para não poluírem, com sua intemperança, a abundância que é<br />

posta diante <strong>de</strong>les. Paulo, pois, tinha boas razões para ministrar aquela<br />

proibição [Rm 13.14]: “Não façais provisões para a carne em suas<br />

concupiscências”, pois se darmos toda ré<strong>de</strong>a aos <strong>de</strong>sejos da carne,<br />

não haverá limites. Como Deus liberalmente nos sustenta, assim ele<br />

<strong>de</strong>signou uma lei <strong>de</strong> temperança, para que cada um voluntariamente<br />

se restrinja em sua abundância. Ele envia bois e asnos às pastagens,<br />

e eles se contentam com a suficiência; mas ao suprir-nos com mais<br />

do que necessitamos, ele nos incita à observância das normas da mo<strong>de</strong>ração,<br />

para que não <strong>de</strong>voremos vorazmente seus benefícios; e ao<br />

prodigamente nos dar mais abundante provisão <strong>de</strong> coisas boas além<br />

dos requerimentos <strong>de</strong> nossas necessida<strong>de</strong>s, ele põe nossa mo<strong>de</strong>ração<br />

à prova. A regra própria com respeito ao uso da subsistência corporal<br />

é participando <strong>de</strong>la para que ela nos sustente, porém não nos prejudique.<br />

A comunicação mútua das coisas necessários para o sustento<br />

do corpo, o qual Deus nos or<strong>de</strong>nou, é um freio muito bom contra a<br />

intemperança; pois a condição sob a qual os ricos são favorecidos<br />

com sua abundância é que, por sua vez, mitiguem as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

seus irmãos. Visto que o profeta, neste relato da bonda<strong>de</strong> divina na<br />

providência, não faz referência aos excessos dos homens, <strong>de</strong>duzimos<br />

<strong>de</strong> suas obras ser lícito usar vinho não só em casos <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>,<br />

mas também por meio <strong>de</strong>le nos tornar mais joviais. Tal jovialida<strong>de</strong>,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!