31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

722 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

aqui mencionada se originou <strong>de</strong> intrigas carnais, alguns expositores<br />

são <strong>de</strong> opinião que por essa conta o profeta responsabiliza o povo pelo<br />

cometimento <strong>de</strong> dupla transgressão: não só por se <strong>de</strong>ixarem engodar<br />

pelas mulheres midianitas, mas também em se <strong>de</strong>ixar pren<strong>de</strong>r por outro<br />

laço a Baal-peor [Nm 25]. Seja como for, o profeta exclama contra a<br />

perfídia <strong>de</strong> sua própria nação, porque, ao abandonarem o verda<strong>de</strong>iro<br />

culto <strong>de</strong> Deus, quebraram aquela santa união por meio da qual o haviam<br />

<strong>de</strong>sposado. Pois sabemos que, como Deus adota sua Igreja como<br />

sua consorte, quando ela se entrega à idolatria viola vergonhosamente<br />

sua fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> não menos quando uma esposa <strong>de</strong>ixa seu esposo e se<br />

converte em adúltera. Sabe-se muito bem que Baal-peor era o ídolo<br />

dos midianitas; porém não se sabe muito bem como ele recebeu esse<br />

nome. A palavra lub, Baal, tem um significado 22 equivalente a senhor,<br />

dono ou patrão. E visto que rup, paar, significa abrir, alguns a traduzem<br />

o Deus da abertura, e dão como razão, embora eu não ouse afirmar, que<br />

vergonhosamente se expunham em sua presença. Talvez seja o nome<br />

<strong>de</strong> algum lugar, pois sabemos que os pagãos às vezes davam a seus<br />

ídolos nomes <strong>de</strong> países on<strong>de</strong> eram adorados. 23 Agora percebemos a<br />

22 “Signifie autant comme Maistre ou Patron.” – v.f.<br />

23 Baal era um nome muito comum do principal <strong>de</strong>us masculino das nações do Oriente, como<br />

Astarote era um nome bem comum <strong>de</strong> sua principal divinda<strong>de</strong> feminina. Os moabitas, fenícios,<br />

assírios, babilônios e às vezes os hebreus adoravam esse ídolo. Entre os babilônios, ele era chamado<br />

Bel ou Belus. Somente o sol a princípio podia ser adorado sob esse nome, como sabemos<br />

que sob ele os fenícios adoravam aquela luminária. Mas por fim ele veio a ser aplicado a muitos<br />

outros ídolos, segundo estas palavras do apóstolo: “Há muitos <strong>de</strong>uses e muitos baalins [ou senhores]”<br />

[1Co 8.5]. Como o ídolo Júpiter entre os romanos tinha diferentes nomes e diferentes ritos<br />

<strong>de</strong> culto, às vezes ocasionados dos diferentes benefícios que se imaginava eram concedidos aos<br />

homens, como Júpiter Plúvio, porque ele dava chuva; Júpiter Lucétio, porque ele dava luz; Júpiter<br />

Altitona, o trovão; e às vezes <strong>de</strong> diferentes lugares – como Júpiter Olímpio, do monte Olímpio;<br />

Júpiter Capitolino, do monte Capitólio; Júpiter Latialis, daquela parte da Itália que é chamada<br />

Latium. Assim Baal tinha seus títulos distintivos e diferentes ritos <strong>de</strong> culto, ocasionados da mesma<br />

maneira. Ele às vezes recebia seu nome dos benefícios que, supunha-se, ele conferia, como Baal-<br />

-tsephon [Êx 14.1], <strong>de</strong>notando o último termo um vigia, e Baal-zebube [2Rs 1.2], que significa o<br />

senhor das moscas. Ele era adorado sob este último nome pelos cirênios, mas principalmente pelos<br />

ecronitas, porque, sempre que sacrificavam a ele, criam que enxames <strong>de</strong> moscas, que naquele<br />

tempo molestavam o país, morriam. Naquele tempo ele recebeu um apelido distintivo dos lugares<br />

on<strong>de</strong> era adorado, como Baal-peor, do monte Peor, mencionado em Números 23.28; e seu templo,<br />

que ficava no mesmo monte, era chamado Beth-peor [Dt 3.29]. Possivelmente, contudo, o monte<br />

po<strong>de</strong> ter recebido seu nome do <strong>de</strong>us que era ali adorado. O ídolo chamado Chemosh, em Jeremias

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!