31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

724 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

todos os <strong>de</strong>mais se mantinham em displicente indiferença. Visto que<br />

os ju<strong>de</strong>us eram cônscios <strong>de</strong> que foi pela fiel intervenção <strong>de</strong> um só homem<br />

que a praga ora estava curada, sua obstinação era ainda menos<br />

injustificada não pondo cobro ao pecado. Não <strong>de</strong>vemos esquecer que<br />

todas essas coisas são dirigidas a nós. Pois quando Deus <strong>de</strong> tempo em<br />

tempo nos castiga e nos convoca ao arrependimento, pondo diante <strong>de</strong><br />

nós o exemplo <strong>de</strong> outros, quão pouco proveito tiramos <strong>de</strong> suas correções!<br />

Além do mais, merece ser notado que a praga cessou no exato<br />

momento em que Finéias executou justiça. Disto po<strong>de</strong>mos apren<strong>de</strong>r<br />

que o modo mais eficaz <strong>de</strong> acen<strong>de</strong>r o fogo da ira <strong>de</strong> Deus é quando o<br />

pecador voluntariamente se assenta em juízo para o castigo <strong>de</strong> suas<br />

próprias transgressões; como diz Paulo em 1 Coríntios 11.31: “Porque,<br />

se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.” E seguramente<br />

Deus nos confere não pequena honra pondo a nosso alcance<br />

o castigo <strong>de</strong> nossos pecados. Ao mesmo tempo, <strong>de</strong>ve-se observar que<br />

naquela ocasião a praga cessou em <strong>de</strong>corrência do castigo <strong>de</strong> uma única<br />

pessoa, porque o povo então se esquivou da abominável impieda<strong>de</strong><br />

a que tinha se entregado.<br />

31. E aquele ato foi imputado. O profeta, ao exaltar assim um<br />

indivíduo, cumula <strong>de</strong> censura toda a corporação do povo. Pois inferimos<br />

<strong>de</strong>ste emblema <strong>de</strong> aprovação com que o Espírito Santo se<br />

con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>u esculpir a excelente ação <strong>de</strong> Finéias, quão vil <strong>de</strong>ve ter<br />

sido a conduta <strong>de</strong>les. Tampouco foi esta honra reservada unicamente<br />

a ele, porém sua posterida<strong>de</strong> iria <strong>de</strong>sfrutá-la por todas suas gerações<br />

subseqüentes. Portanto, com o fim <strong>de</strong> lançar maior censura sobre o<br />

povo, Finéias é o único contrastado com eles. Talvez alguns se disponham<br />

a inquirir como o zelo <strong>de</strong> um único indivíduo ultrapassou as<br />

fronteiras 25 <strong>de</strong> sua vocação, tomando <strong>de</strong> uma espada e executando<br />

justiça, pu<strong>de</strong>sse ser aprovado por Deus! Pois pareceria como se ele se<br />

aventurasse a esta ação sem a <strong>de</strong>vida consi<strong>de</strong>ração. Respondo que os<br />

santos às vezes se acham sob impulsos peculiares e extraordinários,<br />

25 “Lequel outre les limites <strong>de</strong> sa vocation.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!